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Terça-Feira, 26 de Maio de 2020 às 14:59

Nasce bebê de gestante agredida por policial militar

Três meses após o caso, que teve repercussão nacional, inquéritos instaurados pelas polícias Civil e Militar ainda não foram concluídos.

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Nasceu na noite desta segunda-feira, 25, no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto, a bebê da estudante Isabela Sabino de Souza, de 23 anos, que em fevereiro deste ano foi vítima de violência policial. A pequena Luna veio ao mundo através de cirurgia cesariana. Mãe e filha passam bem.

Passados três meses do episódio, que teve repercussão nacional, a vítima ainda aguarda a conclusão dos inquéritos instaurados pelas polícias Civil e Militar e que apuram suposto abuso de autoridade. Ambas as investigações são consideradas sigilosas.

A reportagem da CBN apurou que o delegado Luís Alberto Bovolon, do 4º Distrito Policial, já ouviu Isabela e todas as testemunhas do caso, entre elas a avó do menino de 12 anos flagrado com droga durante a abordagem que a vítima, na época grávida de 6 meses, decidiu filmar.

O exame de corpo de delito realizado pela gestante também confirmou as lesões que resultaram do que o soldado Wesley Viana classificou como técnicas de imobilização.

Bovolon aguarda o retorno dos laudos sobre a perícia das imagens gravadas por moradores e também do celular de Isabela para intimar o policial militar, que será a última pessoa ouvida antes da conclusão do inquérito.

Por determinação direta do governador João Dória, o soldado Viana foi afastado do patrulhamento de rua até a conclusão das investigações.

Ele também é alvo de inquérito policial militar que apura se houve excesso na abordagem à mulher. O procedimento também não foi concluído.

Após a repercussão do caso, mais moradores de Rio Preto relataram que foram agredidos pelo mesmo policial. Uma das vítimas é outra jovem, também derrubada ao tentar filmar uma abordagem realizada pelo soldado Viana no Parque da Cidadania. Ela disse que teve o celular tomado.

O advogado Henrique Tremura, que representa o policial, reafirma que todos os procedimentos foram realizados dentro da legalidade e observando o que é previsto no Procedimento Operacional Padrão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Lembre o caso:

Na manhã do dia 4 de fevereiro deste ano, Isabela saía de um mercado no bairro Santo Antônio quando visualizou uma abordagem a um jovem. Por considerar que o policial agia com excessiva agressividade, ela decidiu filmar a ação utilizando seu celular.

Convidada a entregar o aparelho, Isabela se negou. Segundo o boletim de ocorrência, registrado sem a presença dela na delegacia, a moradora xingou os policiais e teria dado um soco no peito do soldado Viana, por isso foi jogada no chão e imobilizada.

Mesmo sob gritos de que a mulher estava grávida, o policial continua apertando a barriga de Isabela com o joelho. O fato foi filmado por moradores e ganhou rapidamente as redes sociais.

NOTA PM

Atualmente, devido à pandemia do coronavírus, todos os prazos processuais foram suspensos, motivo pelo qual a instrução do IPM encontra-se temporariamente suspensa.

O policial militar encontra-se trabalhando no serviço administrativo.



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