O promotor de Justiça Sérgio Acayaba de Toledo denunciou as duas funcionárias do asilo São Vicente de Paulo pela morte do aposentado João Batista Pereira de Carvalho, de 63 anos, que morreu queimado no dia 21 de agosto do ano passado, após a poltrona onde estava amarrado pegar fogo.
No dia do incêndio, o idoso, que morava no asilo há dois anos, sofreu uma queda em virtude da pressão alta e foi amarrado em uma poltrona.
Acayaba descreveu que "a vítima, a fim de se soltar da contenção, na posse do seu isqueiro usado para acender o cigarro, começa a atear fogo na tira do tecido, de modo que assim que o tecido incendeia, logo apaga o fogo, na intenção de rasgar o tecido, repetindo esse processo algumas vezes, até que, 10 minutos depois, ao atear fogo no tecido, as chamas aumentam e João Batista não consegue apagá-las. A vítima grita por socorro e passa a se contorcer para tentar deixar a poltrona, mas não consegue se livrar das tiras do tecido, entrando em chamas e vindo à óbito. As imagens mostram uma das funcionárias passando pelo corredor cerca de 4 minutos depois de começar o incêndio, deixando claro que ambas estavam em local sem visão da vítima, ou seja, não o estavam vigiando. Até porque, caso contrário, teriam visto que durante 10 minutos a vítima ficou acendendo e apagando o fogo no tecido na intenção de rasgá-lo. Consequentemente, a culpa das denunciadas consistiu em realizar a contenção mecânica na vítima João Batista sabendo que havia outras soluções para protegê-lo, e, além disso, não vigiá-lo, deixando-o desprotegido, de modo que não conseguiram socorrê-lo a tempo quando o incêndio começou, concorrendo para que ele viesse a óbito".
Por esse motivo, o promotor denunciou a técnica de enfermagem Ana de Paula Bernardes e a auxiliar de enfermagem Cristina Aparecida da Silveira por homicídio culposo com a possibilidade de aumento de pena porque o crime resultou de inobservância de regra técnica de profissão.
A denúncia já foi aceita pela juíza Luciana Cassiano Cochito.
A reportagem apurou que as duas funcionárias continuam trabalhando no asilo.
Procurada, a advogada Tatiana Maciel, que representa o asilo São Vicente de Paulo, afirmou que ficou provado que a instituição opera com todas as autorizações legais e que o número de funcionários contratados corresponde com o que é exigido por lei.
"A responsabilização, nesse caso, foi imputada às colaboradoras, que devem nomear defensores para representá-las no processo", finalizou.
Lembre o caso:
http://cbnrp.com.br/noticias/idoso-morre-apos-incendio-em-asilo
http://cbnrp.com.br/noticias/idoso-que-morreu-em-asilo-estava-amarrado-na-poltrona
http://cbnrp.com.br/noticias/idoso-que-morreu-em-asilo-usou-isqueiro-para-tentar-se-soltar-de-poltrona