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Terça-Feira, 25 de Abril de 2017 às 11:13

Unesp de Rio Preto instaura sindicância para investigar trote violento

Segundo a denúncia, aluno do curso de matemática queimou o cabelo de um calouro utilizando maçarico.

Joseane Teixeira


    A diretoria da Unesp de Rio Preto instaurou sindicância para apurar denúncia contra um aluno do curso de matemática que teria utilizado maçarico para queimar o cabelo de um calouro. O crime aconteceu em março deste ano durante recepção aos novos alunos que foram até a Unesp formalizar a matrícula. A prática viola Lei Estadual  de 1999 que proíbe trote aos calouros de escolas superiores e de universidades estaduais, quando promovido sob coação, agressão física, moral ou qualquer outra forma de constrangimento que possa acarretar risco à saúde ou à integridade física dos alunos.     O autor está sujeito a penalidades como advertência verbal, repreensão, suspensão ou até mesmo o desligamento da instituição.

    Segundo um aluno que pediu para não ser identificado, a vítima já conhecia o veterano.


    "Ele (o autor do trote) achou que tinha liberdade para 'brincar' com o rapaz. Como os alunos da comissão de recepção presenciaram o que aconteceu, eles não poderiam ficar alheios, porque têm responsabilidade sobre qualquer fato atípico envolvendo os novos alunos", disse. 


    Contra o mesmo estudante recai a denúncia de que no final do ano passado, de forma imprudente, simulou uma tentativa de atropelamento de alunas, expondo-as a situação de risco. Para apurar esse fato também foi instaurado uma sindicância.

    O estudante, que é de Rio Preto e tem 20 anos, era membro do CAMEG - Centro Acadêmico de Matemática “Évariste Galois” - espécie de grêmio estudantil que representa os alunos de matemática perante a instituição.  Ele acabou banido do grupo.

    Para a realização do Processo de Sindicância, foi designada uma Comissão Sindicante composta por três professores: Aleardo Manacero Junior, Charlie Jane Alves e Rita de Cassia Pavan Lamas. Os trabalhos terão a supervisão do assessor jurídico da Unesp, Dr. Geraldo Majela Pessoa Tardelli

    As duas sindicâncias foram publicadas no Diário Oficial do Estado no dia 13 de abril. A partir da data da publicação, a comissão tem 15 dias para iniciar as apurações e 60 dias para a conclusão, a contar da data da primeira reunião, podendo ser prorrogada por igual período, desde que justificadamente.

    A CBN procurou a diretora da UNESP de Rio Preto, Dra Maria Tercília Vilela. Através de sua secretaria, ela informou que não poderia comentar o assunto porque os envolvidos na denúncia - vítima e acusado - ainda não tinham sido ouvidos.

    Segundo o delegado Renato Pupo, do 3º Distrito Policial, não há nenhum inquérito instaurado para investigar o trote. "Se além da denúncia administrativa o caso também foi registrado na Polícia Civil, a tendência é que seja conduzido pelo Necrim (Núcleo Especial Criminal), que lida com crimes de lesão corporal leve ou injúria real", explicou.

    O aluno denunciado não foi localizado para comentar o assunto.

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