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Quinta-Feira, 26 de Setembro de 2019 às 17:38

Sob suspeita de maus tratos, bebê sai do hospital direto para abrigo

Angelica Conceição não vê o filho, de dois anos, há quase um mês. "Estou sendo vítima de injustiça, meu bebê precisa de mim", lamentou.

O bebê de dois anos, internado em estado grave em julho após um suposto engasgamento com leite e, posteriormente, diagnosticado com lesões na cabeça, foi afastado do convívio familiar e está abrigado em uma casa lar do Projeto Teia. O pedido partiu do promotor da Infância, André Luís de Souza, que suspeita de maus tratos, e foi aceito pelo juiz Evandro Pelarin.

O menino saiu do Hospital da Criança, no dia 30 de agosto, direto para o abrigo, sem possibilidade de visita dos pais. Angelica Conceição, que não vê o filho há quase um mês, procurou a Justiça para tentar reverter a decisão, mas não foi ouvida.

Segundo a mulher, o promotor da infância, André Luis, se baseou em dois laudos para decidir pelo afastamento. Um foi da assistente social do HCM, outro documento, segundo Angélica, foi emitido por uma médica da Santa Casa de forma equivocada.

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O pequeno Heitor foi admitido no Hospital da Criança no dia 16 de julho, já entubado por enfermeiros da UPA Norte. Ele estava sendo cuidado pela babá, que é cunhada de Angélica. Equipe médica do Hospital da Criança identificou que o pequeno Heitor apresentava dois traumatismos na cabeça, sendo um antigo e outro mais recente. Uma neurologista informou a mãe que Heitor apresentava a síndrome do bebê sacudido, situação que realmente ocorreu. Quando o bebê começou a convulsionar, a babá acreditou que ele estava engasgado.

O procedimento, ainda que realizado na tentativa de salvar o pequeno Heitor, provocou sequelas graves, paralisou o lado direito do corpo da criança.

A delegada Cristina Spir, que preside o inquérito de maus tratos pela Delegacia de Defesa da Mulher está enfrentando grande dificuldade para elucidar o caso.

Já o juiz Evandro Pelarin disse que o afastamento temporário da família é uma medida de segurança até que seja esclarecida as circunstâncias que ensejaram os problemas de saúde do bebê.

Angélica já ingressou com pedido para reaver a guarda do filho e também com documentos e testemunhos que descartariam a suspeita de abandono de incapaz.

A reportagem não conseguiu contato com o promotor André Luis.

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