Um clima de tensão e medo se instalou na Central de Flagrantes de Rio Preto após a prisão, nesta quinta-feira, 15, de um homem com suspeita de COVID-19. Policiais civis serão colocados em quarentena e, informação ainda não confirmada, é que os policiais militares que atuaram na prisão do procurado já foram afastados.
Há cinco dias, o serralheiro M. A. F., de 43 anos, foi socorrido pelo SAMU com crise de falta de ar e febre. Foi coletada amostra biológica para exame de coronavírus e o resultado ainda não saiu, porém, o homem foi orientado a manter-se em isolamento.
No entanto, desobedecendo a recomendação médica, o serralheiro retornou para o trabalho e, nesta quinta-feira, foi preso pela Polícia Militar enquanto trabalhava em uma residência.
A equipe recebeu denúncia anônima de que o suspeito era foragido da Justiça e, durante a abordagem, foi confirmado que havia um mandado de prisão expedido contra ele, em 2018, por débito com pensão alimentícia.
Ocorre que o homem não avisou os policiais militares sobre sua condição de paciente em investigação, tampouco os policiais civis da Central de Flagrantes, que tiveram contato direto com o preso.
Quem alertou os agentes foi o advogado Mário Guioto Filho, após ser contratado pelos familiares.
“Telefonei na Central de Flagrantes e expliquei a situação. A esposa do meu cliente informou que ele está com febre ininterrupta há cinco dias e falta de ar. Percebi que a informação causou choque ao policial que atendeu a ligação”, explicou.
O delegado de plantão, João Otávio Spaca de Souza, elaborou um boletim de ocorrência de incolumidade pública: infração de medida sanitária preventiva – contra o serralheiro.
O delegado seccional, Silas José dos Santos, disse que os policiais civis que tiveram contato direto com o preso serão isolados e testados. Ele também determinou que os locais onde o preso esteve sejam higienizados com mais rigor e lembrou que os policiais receberam equipamentos de proteção individual e álcool gel.
A reportagem solicitou informações à Polícia Militar sobre o afastamento dos dois soldados que atuaram na ocorrência.
Após o cumprimento do mandado, o serralheiro foi colocado em liberdade. Isso porque o Superior Tribunal de Justiça determinou prisão domiciliar para devedores de pensão a fim de minimizar a possibilidade de contágio dentro do sistema prisional.
Sem informação
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que não divulga casos individuais, nem de grupos específicos. "A única exceção são para profissionais da saúde. O número de casos positivos são divulgados diariamente durante as lives".