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Quinta-Feira, 10 de Outubro de 2019 às 15:50

Policial militar que matou policial civil vai a Júri Popular

Pronúncia foi divulgada nesta quinta-feira, 10.

Duração: 02:41

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A juíza da 3ª Vara Criminal de Rio Preto, Carolina Marchiori Bueno Cocenzo, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público e pronunciou o policial militar Luís Carlos Fragoso por homicídio triplamente qualificado contra o policial civil Eduardo Teixeira Moreno.

Isso significa dizer que o cabo pode ir a Júri Popular, caso a defesa não consiga reverter a pronúncia no Tribunal de Justiça.

Na decisão, a magistrada argumentou que a materialidade está comprovada no inquérito policial e há indícios suficientes de autoria.

O crime aconteceu em fevereiro do ano passado, em frente a um bar da avenida Murchid Homsi, em Rio Preto.

Era madrugada de um sábado, por volta da 1h30, quando o papiloscopista Eduardo chegou de moto em casa e começou a acelerar insistentemente como forma de chamar atenção, porque algum frequentador do bar tinha parado o veículo em frente à sua garagem. Clientes que estavam nas mesas aplaudiram o motociclista de forma irônica e houve bate-boca.

Segundo testemunhas, o policial civil foi cercado por alguns homens e, acuado, sacou a pistola funcional e atirou duas vezes contra o chão. Um dos disparos atingiu a perna do bancário Fábio Renato da Silva.

Neste momento, o policial militar Fragoso, que estava no bar acompanhado da família e de amigos, foi em direção ao policial civil e atirou várias vezes. Laudo do Instituto Médico Legal aponta que a vítima foi morta com 8 tiros.

O advogado do pm alega que Fragoso atirou para defender o amigo baleado e também em legítima defesa, já que a vítima teria ignorado as ordens para baixar a arma.

As três qualificadoras da denúncia são motivo torpe, meio cruel e recurso que impediu a defesa da vítima.

Na decisão de pronúncia a juíza explicou que “as qualificadoras não podem ser afastadas, já que os depoimentos revelam indícios de existência das mesmas. Não se pode avançar em tal análise, sob pena de invadir a competência privativa do Conselho de Sentença”.

Fragoso foi preso em flagrante no dia do crime, mas acabou liberado poucas horas depois, em audiência de custódia.

Atualmente, ele trabalha administrativamente na sede da 2ª cia da Polícia Militar.

A data do Júri Popular ainda não foi marcada.

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