Foi marcado para o dia 16 de maio de 2019 o júri popular do
policial militar Alexandre Mendes, de 46 anos, que em fevereiro de 2014 matou o
morador de rua Bruno Alves de Campos, 20, com um tiro na cabeça.
O soldado foi denunciado por homicídio duplamente
qualificado – por motivo fútil e mediante recurso que impediu defesa da vítima;
fraude processual, abuso de autoridade, disparo de arma em lugar habitado,
destruição de coisa alheia e constrangimento ilegal.
Morador do bairro Santa Cruz, ele teria sido chamado por
vizinhos para verificar a presença de três homens em atitude suspeita na “Praça
da Figueira”, localizada no cruzamento entre as ruas Silva Jardim e Cândido
Carneiro. Isso porque havia a notícia de vários assaltos nas imediações. Mendes
estava de férias.
Acompanhado de dois
conhecidos, ele desceu na praça e verificou que os suspeitos eram moradores de
rua, mas não foi encontrado com os homens nada de ilícito. Ainda assim,
utilizando a pistola .40 da PM, ele expulsou o trio da praça e ateou fogo nos
pertences deles, gerando revolta no desempregado Bruno Alves de Campos, que
teria atirado uma pedra contra o policial.
Irritado, Mendes perseguiu os moradores de rua, tendo
alcançado Bruno dois quarteirões depois da praça. Em depoimento, ele afirmou
que a vítima teria sacado uma faca, motivo pelo qual, em legítima defesa,
disparou um único tiro, que atingiu fatalmente a testa de Bruno.
A versão do soldado foi contestada em fase de inquérito, através da reconstituição do homicídio e de fotos feitas por uma testemunha logo após o crime, onde não consta a faca no cenário, contrapondo a fotografia oficial realizada por peritos do Instituto de Criminalísticas, em que uma faca aparece do lado direito do corpo de Bruno.
O entregador Adriano Rocha, 36, figura como corréu no processo. Ele era um dos homens que acompanhavam o soldado no dia do crime e teria mentido em depoimento. O entregador foi preso logo depois, por envolvimento em um assalto.
O júri popular foi marcado para começar às 09h de quinta-feira, dia 16 de maio de 2019, no Fórum de Rio Preto, localizado na rua Marechal Deodoro da Fonseca, 3036.