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Segunda-Feira, 26 de Novembro de 2018 às 12:53

Policial militar que matou morador de rua vai a júri popular em maio

Inquérito caminhava para legítima defesa quando fotografias de testemunha mudaram o rumo das investigações.

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Foi marcado para o dia 16 de maio de 2019 o júri popular do policial militar Alexandre Mendes, de 46 anos, que em fevereiro de 2014 matou o morador de rua Bruno Alves de Campos, 20, com um tiro na cabeça.

O soldado foi denunciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e mediante recurso que impediu defesa da vítima; fraude processual, abuso de autoridade, disparo de arma em lugar habitado, destruição de coisa alheia e constrangimento ilegal.

Morador do bairro Santa Cruz, ele teria sido chamado por vizinhos para verificar a presença de três homens em atitude suspeita na “Praça da Figueira”, localizada no cruzamento entre as ruas Silva Jardim e Cândido Carneiro. Isso porque havia a notícia de vários assaltos nas imediações. Mendes estava de férias.

 Acompanhado de dois conhecidos, ele desceu na praça e verificou que os suspeitos eram moradores de rua, mas não foi encontrado com os homens nada de ilícito. Ainda assim, utilizando a pistola .40 da PM, ele expulsou o trio da praça e ateou fogo nos pertences deles, gerando revolta no desempregado Bruno Alves de Campos, que teria atirado uma pedra contra o policial.

Irritado, Mendes perseguiu os moradores de rua, tendo alcançado Bruno dois quarteirões depois da praça. Em depoimento, ele afirmou que a vítima teria sacado uma faca, motivo pelo qual, em legítima defesa, disparou um único tiro, que atingiu fatalmente a testa de Bruno.

A versão do soldado foi contestada em fase de inquérito, através da reconstituição do homicídio e de fotos feitas por uma testemunha logo após o crime, onde não consta a faca no cenário, contrapondo a fotografia oficial realizada por peritos do Instituto de Criminalísticas, em que uma faca aparece do lado direito do corpo de Bruno.

O entregador Adriano Rocha, 36, figura como corréu no processo. Ele era um dos homens que acompanhavam o soldado no dia do crime e teria mentido em depoimento. O entregador foi preso logo depois, por envolvimento em um assalto.

O júri popular foi marcado para começar às 09h de quinta-feira, dia 16 de maio de 2019, no Fórum de Rio Preto, localizado na rua Marechal Deodoro da Fonseca, 3036.

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