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Terça-Feira, 08 de Junho de 2021 às 15:00

Polícia Civil testa programa mais moderno para registro de "b.o."

Entre as vantagens do novo sistema, estão a possibilidade de atualizar uma ocorrência sem precisar registrar outra e a transmissão direta de dados do tablet da PM para o sistema da delegacia, agilizando os atendimentos.

Duração: 05:13

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Por Joseane Teixeira


Neste mês de junho, todas as delegacias da Polícia Civil do estado de São Paulo começaram a testar um novo programa para registro de boletins de ocorrência.

Chamado Sistema de Polícia Judiciária, ele substitui o antigo RDO – Registro Digital de Ocorrência – que operou durante 20 anos e ficou obsoleto em razão da necessidade de um programa mais integrativo e tecnológico.

Em fase de testes, policiais civis da Central de Flagrantes já registraram boletins de ocorrência neste fim de semana utilizando a plataforma.

A mudança mais visível é sobre a qualificação dos envolvidos, que agora está reduzida apenas ao nome, data de nascimento e número do RG.

Segundo o delegado Seccional de Rio Preto, Silas José dos Santos, a alteração visa proteger principalmente vítimas e testemunhas, já que por se tratar de um documento público, era possível ter acesso ao endereço e telefone de pessoas que, em razão da exposição dos dados, poderiam correr riscos.

Outra novidade importante é o fim dos adendos, ou seja, um boletim de ocorrência que é registrado para complementar dados faltantes de outro principal. O que por vezes gerava a elaboração de vários "b.o.s" e causava dificuldade dos policiais civis em juntar todos os documentos relacionados a um único inquérito.

Para agilizar a localização de casos e a produção automatizada de dados estatísticos, os boletins de ocorrência terão numeração única em todo o estado.

O Sistema de Polícia Judiciária atende também a uma necessidade antiga das forças de segurança, que é dar agilidade à apresentação da ocorrência nas delegacias.

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Os novos b.o.s são assinados eletronicamente e produz um QR Code que permite às partes acessar o documento pelo celular.

Outras ferramentas serão implantadas no SPJ a partir de agosto, como o reconhecimento facial que, além de apresentar todos os dados do cidadão inseridos nos sistemas públicos, afasta a possibilidade de falsidade ideológica.

E está previsto para outubro a realização de oitivas em vídeo, uma nova necessidade surgida com a pandemia e que vai dar agilidade aos processos de investigação, já que a pessoa a ser interrogada não precisará mais comparecer a uma delegacia.

Também é aguardado para o fim do ano a implantação de um sistema de inteligência artificial que vai cruzar dados de suspeitos de acordo com características descritas pelas vítimas.

Por enquanto, o SPJ funciona em fase de testes. Poucos policiais de cada delegacia utilizam e repassam ao suporte técnico problemas na plataforma ou sugestões de melhorias. Eles serão "multiplicadores" e ensinarão os colegas como utilizar o novo programa

A previsão é que o sistema comece a operar efetivamente em Julho.

 

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