É grande a expectativa para as novidades que podem surgir na reconstituição do assassinato do sargento Cícero de Carvalho, marcada para esta quinta-feira, 27.
O procedimento, que acontece às vésperas da primeira audiência do caso, foi solicitado pela defesa de Rita de Cássia da Silva Assunção, esposa da vítima e que figura como mandante do crime. Ela nega, desde o início, participação na morte do marido.
A reprodução simulada do homicídio, no entanto, não terá a presença de Edinael Mário Leme, apontado pelas investigações como autor dos golpes que vitimaram o policial reformado.
O homem, que também está preso preventivamente, se recusou a comparecer no procedimento. Criminalistas consultados pela CBN acreditam que Rita vai apresentar novos detalhes que possam minimizar sua colaboração no crime e, consequentemente, desclassificar a denúncia de homicídio duplamente qualificado para um crime mais brando, ou mesmo tentar provar a completa inocência. De qualquer forma, novas informações devem ser acrescentadas ao caso.
Cícero foi morto em outubro de 2018, na sua casa, enquanto dormia. O ataque com objeto contundente, que pode ser pau ou barra de ferro, se concentrou apenas na cabeça do sargento, que morreu em virtude de grave traumatismo craniano.
Durante a fase de investigação, Rita se contradisse em vários depoimentos, apresentando versões diferentes sobre sua rota no dia do crime. Testemunhas protegidas contaram que ela desabafou sobre problemas conjugais, que incluía violência doméstica, e demonstrava preocupação com a morte do marido, o que, para a Polícia Civil, indica premeditação.
Também foram encontradas na bolsa da suspeita um chip de celular cadastrado no nome de Edinael e as chaves do cofre e do armário onde estava o aparelho DVR que armazenava imagens da casa. No dia do crime, ela disse à polícia que as chaves tinham sumido.
Quanto ao executor, que morava em Catanduva, foi constatado que ele não só estava em Rio Preto no dia do homicídio, como telefonou para a Rita no horário aproximado do crime. Outro indício de participação foi Edinael ter desaparecido após a morte do amigo.
Como há câmeras na entrada da garagem, as investigações concluíram que o autor do homicídio entrou pelo portão social, que não era monitorado, e só pode ser aberto pelo lado de dentro, o que evidencia que, quem matou Cícero, só pode ter agido com a colaboração de alguém da casa.
Naquela noite, Rita foi para o hospital acompanhada da filha adolescente, sob o pretexto de uma forte dor de cabeça. Para o delegado Wander Solgon, ela saiu para deixar o assassino livre para agir. Edinael afirma que Rita ofereceu R$ 45 mil para que ele matasse o marido dela, mas nega ter recebido a quantia, tampouco ter cometido o crime.
A reconstituição do crime começou às 9h na residência da vítima, na Vila Goyos. Será coordenada por peritos do Instituto de Criminalística com a presença do delegado Wander Solgon, que presidiu as investigações.
Rita sairá escoltada do Centro de Ressocialização Feminino de Rio Preto direto para a residência onde morava.
A primeira audiência do caso foi agendada para o dia 29 de setembro.