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O advogado Mário Guioto, defensor do desempregado Willian
dos Santos Domingos, preso preventivamente por quase ter matado um bebê com mordidas, disse ter documentos médicos que comprovam que o rapaz sofre
transtornos psiquiátricos.
O crime aconteceu no dia 13 de setembro, no bairro João
Paulo II, em Rio Preto.
A manicure Niqueli Baltazar precisou trabalhar e deixou a
filha do casal aos cuidados da sogra, Luciane dos Santos. A avó foi ao
supermercado e a neta ficou em casa com o filho. A bebê começou a chorar e,
segundo William, ele surtou, mordendo a filha várias vezes. Em estado
crítico, a vítima, que tinha apenas um mês de vida, foi socorrida pela avó para a Upa Jaguaré e de lá foi
transferida para a UTI do Hospital da Criança, onde permanece internada.
Seis dias após o crime, Willian se apresentou na Delegacia
de Defesa da Mulher e foi preso, porque já havia um mandado de prisão contra
ele.
O advogado Mário Guioto disse que o rapaz foi diagnosticado
ainda criança com distúrbios de comportamento.
"Era hiperativo e violento"
Dos 10 aos 16 anos ele fez uso de medicamentos controlados, indicados para casos de depressão e ansiedade.
Willian teria parado o tratamento por conta própria. Durante
visita no Centro de Detenção Provisória, o preso ainda confessou para o advogado
que tinha cheirado cocaína no dia do crime.
Guioto disse que vai requerer na Justiça que William seja
submetido a exame de insanidade mental.
O advogado afirmou que não vai pedir a liberdade do cliente.
"De forma alguma. Vou solicitar um julgamento adequado para o problema dele e transferência para um hospital de custódia".
Outra novidade no caso é que o juiz da Vara da Infância e
Juventude, Evandro Pelarin, determinou que após receber alta médica a bebê seja
levada para um abrigo.
Willian foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado
por motivo torpe. Ele está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória da cidade. A delegada Margarete Franco relatou o inquérito na última
sexta-feira, 30, indiciando também a mãe de William por autoacusação falsa.
A vítima não tem previsão de alta médica, mas já saiu da UTI e está fora de perigo.
Tanto o advogado quanto a delegada são unânimes em dizer que a bebê "é uma sobrevivente".