Onze vereadores da Câmara de Rio Preto e 34 assessores viraram alvo de inquérito da Polícia Civil após denúncia anônima de um suposto esquema de ‘rachadinha’.
A investigação começou neste mês, mas a denúncia foi feita em julho. Segundo as informações do delegado Gustavo Henrique Gonçalves, um inquérito foi aberto pelo Setor de Combate aos Crimes de Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro (Secold) no dia 16 de agosto.
Os parlamentares alvos da investigação são Anderson Branco (PL), Bruno Marinho (Patriota), Cláudia De Giuli (MDB), Celso Peixão (MDB), Francisco Júnior (DEM), Jorge Menezes (PSD), Julio Donizete (PSD), Odélio Chaves (Progressistas), Paulo Pauléra (Progressistas) e Rossini Diniz (PL), além do atual secretário de esportes, Fábio Marcondes que está licenciado do cargo legislativo. Além dos parlamentares, 34 assessores estariam envolvidos no esquema.
O delegado disse que em cerca de 30 dias poderá concluir o inquérito e não deu detalhes do procedimento que será adotado, mas sinalizou que poderá pedir a quebra do sigilo bancário dos investigados para apurar movimentações.
A polícia está apurando o possível cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, e organização criminosa. Se o esquema for provado e os envolvidos condenados, as penas variam de dois a 12 anos.
'Rachadinha' é o nome popular dado para “desvio de salário de assessor”. Na prática, trata-se de uma transferência de parte ou de todo salário do servidor para o parlamentar ou secretários a partir de um acordo anteriormente estabelecido.
A CBN procurou todos os vereadores citados e o secretário Fábio Marcondes. Confira quais já se posicionaram:
Odélio Chaves: “Desconheço o conteúdo desta denúncia. Todo ato ilícito deve ser investigado. Estou tranquilo, pois nosso gabinete não comunga de tal prática”.
Cabo Júlio Donizete: “Acho essa denúncia ridícula, infundada e sem noção. Eu e meus assessores estamos abertos para que a polícia determine quebra de sigilo bancário a qualquer hora, porém eu não devo. Isso partiu de pessoa ou pessoas que não têm capacidade de fazer nada e quando tentam fazer, faz algo que prejudica a cidade”.
Celso Peixão: "Existe uma denúncia anônima e eu apoio que a investigação seja feita. Eu e meu gabinete estamos tranquilos quanto a isso. Se tiver culpado ou culpados que paguem pelos erros. Confiamos na polícia. Quem não deve, não teme".
Jorge Menezes: “O pessoal que vive perdendo projetos fica procurando coisa para denunciar a gente, sendo que não existe. É meramente uma questão política. Essa pessoa deve conviver dentro de todos os gabinetes. Eu quero que chame todos os meus assessores, mas é desnecessário. Eu sei muito bem de onde parte essa denúncia”.
Anderson Branco: “Essa denúncia apareceu do nada? Escolhendo nomes na Câmara? Me causa estranheza e sacanagem de quem faz esse tipo de denúncia na atual situação da nossa cidade em que estamos preocupados em atender a população. Eu não tenho medo. Estou com as portas abertas, não é isso que vai manchar um trabalho de dedicação”.
Bruno Marinho: “Isso se chama 3⁰ turno; Demorou até para algum fato assim surgir; Por isso a política é tão mal vista pela população, mas fico feliz de quererem de atacar, sinal que estou no caminho certo”.