A empregada doméstica Aline de Souza Silva, de 21 anos, foi condenada a 40 anos de prisão, em regime inicial fechado, pela morte da filha Emanuella Maria de Souza Santos, de 1 ano e 4 meses.
Os sete jurados aceitaram integralmente a acusação feita pela Polícia Civil e Ministério Público, bem como as três qualificadoras do crime de homicídio: o motivo torpe, a tortura, e a impossibilidade de defesa da vítima.
A única testemunha a depor no júri popular foi a delegada Dálice Ceron, da Delegacia de Defesa da Mulher, responsável pela investigação do crime. Ao detalhar as lesões no corpo da criança, ela se emocionou e precisou ser acalmada pela juíza Gláucia Véspoli.
Durante o julgamento, o advogado João Dias, que representa Aline, tentou desqualificar o homicídio para lesão corporal seguida de morte, sob argumento de que a mãe não tinha intenção de matar a criança - apenas não sabia como lidar com as adversidades da maternidade, visto que estava com as duas filhas mais novas, de 1 e 2 anos, há apenas quatro meses.
Dias também apresentou aos jurados - quatro homens e três mulheres - o histórico de vida pobre de Aline, que nasceu no estado do Piauí e foi mãe do primeiro dos quatro filhos aos 12 anos de idade. Argumentou que a imaturidade da ré impediu que ela cuidasse dos filhos, tendo passado a guarda para a mãe e uma irmã.
Já o promotor Marco Antônio Lélis Moreira chamou atenção para a frieza de Aline, que em momento nenhum se emocionou durante o julgamento.
Ele apresentou uma mensagem dela escrita no whatsapp em que diz não suportar a filha mais nova e não conseguir gostar dela.
Em sua defesa, Aline respondeu que brigas frequentes com o marido e as reclamações da pequena Emanuella por causa do nascimento de dentinhos a fizeram perder a paciência com a criança. No dia em que a bebê morreu, Aline teria chutado a filha, que bateu a cabeça na parede.
A causa da morte, segundo laudo do Instituto Médico Legal, foi politraumatismo.
Ao encerrar o júri popular, a juíza Gláucia Véspoli se emocionou e revelou ter sido o caso mais cruel julgado por ela em toda a sua carreira, e que a pena foi exemplar, dada a violência empregada contra uma criança que não tinha condições de se defender.
Já o advogado João Dias considerou a pena exagerada e disse que vai recorrer.