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Segunda-Feira, 16 de Setembro de 2019 às 18:12

Mulher que envenenou o filho vai a júri popular nesta terça-feira

O jovem, na época com 19 anos, tomou suco de laranja com chumbinho. Ele perdoou a mãe e será testemunha de defesa.

Duração: 03:20

Um júri popular incomum foi agendado para a tarde desta terça-feira, 17, no Fórum central de Rio Preto.

Quem senta no banco dos réus é a agente de saúde Silviani da Silva Ribeiro Ferreira, de 48 anos, que em março de 2015 envenenou a si própria e ao filho, na época com 19 anos. O crime aconteceu na residência da família, no bairro Residencial Caetano.

Segundo informações do processo, a mulher enfrentava uma crise conjugal com o marido e decidiu se vingar. Naquela manhã de sábado, preparou um suco de laranja e acrescentou o veneno de rato conhecido como chumbinho. Ela encheu dois copos e serviu um para o filho, Thiago Ribeiro Ferreira.

Quando o jovem começou a passar mal, tentou pedir ajuda para a mãe, que estava deitada na cama e não respondia. Thiago tentou induzir o vômito mas não conseguiu, foi quando telefonou para o pai, pedindo socorro.

Aguinaldo Camilo Ferreira, 50, que estava trabalhando, colocou esposa e filho no carro e os levou para a UPA Norte onde as vítimas receberam os primeiros socorros. Diante da suspeita de envenenamento, ele retornou para casa e encontrou sobre a pia um frasco de raticida.

Mãe e filho foram transferidos para o Hospital de Base, onde permaneceram internados por uma semana na Unidade de Terapia Intensiva. Após receber alta médica, Silviani foi levada para o Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes. Diagnosticada com depressão, ela passa por tratamento até hoje.

A mulher foi pronunciada por homicídio duplamente qualificado - em sua forma tentada - por motivo fútil e emprego de veneno. Além do agravante de que o crime foi praticado contra descendente.

O advogado Elizeu Trabuco vai trabalhar para que ré seja absolvida pelos jurados.

Em sua tese, o defensor vai apresentar prontuários médicos que provam a vulnerabilidade psicológica da cliente.

Outra característica incomum do processo é que Thiago, vítima no caso, perdoou a mãe e é testemunha de defesa.

O jovem, agora com 24 anos, diz que não tem nenhuma sequela do envenenamento.

O julgamento está marcado para começar às 13h30 e é aberto ao público.

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