O promotor de Justiça, José Márcio Rossetto Leite, denunciou as irmãs Daniela Leal da Silva, 20, e Carla Isamara Leal da Silva, 22, por homicídio duplamente qualificado.
Investigação realizada pela Polícia Civil concluiu que elas atuaram juntas no homicídio do azulejista Jackson de Oliveira Custódio, de 29 anos, ocorrido no dia 10 de junho, no bairro Jardim Paraíso, zona norte de Rio Preto.
O inquérito aponta que o crime teve motivação passional. Daniela não aceitava o fim do relacionamento com a vítima e teria desconfiado que Jackson estava se relacionando com uma adolescente de 17 anos, emancipada.
No dia do crime, Jackson estava no bar onde a menor trabalha quando Daniela, acompanhada de Carla, chegou no local. O portão estava fechado e as irmãs forçaram para abri-lo. Percebendo que Daniela tirou uma faca da blusa, a adolescente conseguiu correr e se trancar em um quarto.
Jackson tentou se proteger em um banheiro, mas foi alcançado pelas duas jovens e golpeado próximo ao pescoço. Ele ainda conseguiu correr até um posto de combustíveis da avenida Domingos Falavina para pedir socorro, mas morreu no pátio.
Para o promotor Rossetto, as irmãs agiram com intenção de matar, sendo apurado que Carla deu suporte físico e moral para a irmã, ajudando a encurralar o rapaz e instigando Daniela a atacar Jackson.
“O crime foi praticado por motivação torpe, qual seja o ciúme que Daniela nutria por seu ex-companheiro Jackson, não aceitando o término do relacionamento e o suposto envolvimento de Jackson com outra pessoa. O crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que as denunciadas, munidas de uma faca, perseguiram e encurralaram Jackson em um banheiro, matando-o”, justificou na denúncia.
As irmãs estão presas na penitenciária feminina de Tupi Paulista.
A defesa, representada pelo advogado Gustavo Henrique Silva Soares, ingressou com pedido de liberdade provisória a favor de Daniela, que é ré primária e possui residência fixa. O defensor também argumenta que “a autuada praticou fato acobertada pela excludente de ilicitude (legítima defesa), e isso demonstrará no curso do processo”.
O Ministério Público manifestou-se contrário ao pedido, que ainda será apreciado pela juíza Carolina Marchiori Bueno Cocenzo.
Com relação à Carla Isamara, a defesa não solicitou liberdade porque ela já tinha sido presa em 2017, ao tentar entrar com cocaína no CDP de Bauru.
Um fato curioso nesta história é que um dia após a prisão das irmãs, surgiu um boato de que Daniela teria cometido suicídio na carceragem. A página dela no Facebook recebeu centenas de mensagens de pesar, sendo o perfil alterado pela plataforma para in memorian.
O boato só foi desmentido na semana seguinte, provocando a indignação de amigos.