Um motorista a serviço do aplicativo Uber foi denunciado na Polícia Civil por lesão corporal e injúria contra um passageiro gay que transportou na noite deste sábado, 28.
Ele xingou e agrediu a vítima, um cabeleireiro de 19 anos, porque ele tinha apenas uma nota de cem reais para pagar o transporte avaliado em R$ 9,22. O trajeto do seu trabalho, no bairro Boa vista, até a sua residência, no bairro Vila Ideal, foi de quatro quilômetros.
Quando Yuri Neves Papani chegou em frente a sua casa e apresentou a nota de cem, foi surpreendido pela reação do motorista.
"Vocês viados fazem isso de propósito. Dizem que só tem nota alta para não pagar o transporte", teria dito o autônomo.
Constrangido, Yuri sugeriu que o motorista parasse em um posto de combustíveis perto de seu endereço para trocar o dinheiro, mas o homem se negou.
"Eu disse que ele era obrigado a trabalhar com troco, aí ele começou a me ofender ainda mais. Parou em frente ao meu apartamento e disse que não ia devolver minhas coisas enquanto eu não pagasse. Todos os vizinhos saíram na janela, foi constrangedor", disse o cabeleireiro.
Quando a vítima resolveu telefonar para a polícia, o motorista jogou a maleta de trabalho do rapaz na rua, mas ficou uma sacola dentro do carro. Yuri entrou no veículo para pegar e, ao bater a porta, provocou a ira do homem que correu atrás do passageiro e o agrediu com um soco nas costas. Depois disso ele fugiu.
Além de denunciar o motorista para o aplicativo, o cabeleireiro registrou boletim de ocorrência na Central de Flagrantes.
O regulamento do aplicativo Uber prevê a exclusão do motorista que for acusado de crime.
O homem, identificado apenas como Antônio Carlos, tem aproximadamente 50 anos e trabalha com um Nissan March prata. Ele não foi localizado para comentar o assunto.