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Sexta-Feira, 28 de Agosto de 2020 às 11:12

Ministério Público denuncia estuprador em série por 21 crimes

Inquérito da Polícia Civil enumera 17 vítimas, mas a denúncia menciona apenas nove mulheres, porque alguns casos, ou estão em investigação, ou não pertencem à comarca de Rio Preto. Foto: Vítima sobrevivente

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O Ministério Público denunciou o soldador José Antônio Miranda da Silva, 44, por dois homicídios consumados e sete tentativas de homicídio – os nove crimes triplamente qualificados por meio cruel, recurso que impediu a defesa das vítimas e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, o chamado feminicídio.

A denúncia inclui ainda sete estupros e cinco roubos qualificados pela restrição de liberdade das vítimas.

O criminoso em série, preso preventivamente em junho, é apontado pela Polícia Civil como autor de 17 ataques à mulheres, mas apenas nove constam na denúncia feita pelo promotor José Márcio Rosseto Leite. Isso porque alguns crimes aconteceram em cidades que não pertencem à comarca de Rio Preto e outros ainda estão em fase de investigação, por isso José Miranda não deverá ser julgado, de uma só vez, por todos os crimes mencionados no inquérito relatado pelo delegado Wander Solgon, da Deic. O processo, portanto, será desmembrado.

Na atual denúncia, José Miranda poderia ser condenado a até 314 anos de prisão, se fosse imputada pena máxima para os 21 crimes mencionados.

O documento não só enumera as vítimas como descreve com clareza de detalhes a violência praticada pelo ex-detento, que ficou preso 20 anos por estupro e homicídio. Nos anos 90, ele ficou conhecido na cidade como o “maníaco do Corcel”. Já naquela época, ele abordava as mulheres na rua, as obrigava a entrar no veículo, transitava até um local ermo e as estuprava com requintes de crueldade. Solto após duas décadas, o homem não só voltou a delinqüir como potencializou os métodos de tortura e violência sexual.


As duas mulheres mortas por ele, Sebastiana de Fátima Souza e Adriana Melo, ambas dependentes químicas, tiveram a cabeça e as costelas quebradas pelo criminoso. A primeira foi carbonizada. Sete mulheres que sobreviveram relataram sessões de estrangulamento com cinto de segurança, cinto de calça e até coleira de cachorro. Todas foram espancadas e violentadas sexualmente em locais isolados de Rio Preto e região e assumiram ter se fingido de mortas para sobreviver. As vítimas tem idades entre 17 e 64 anos.

José Miranda aguarda julgamento no CDP de Lucélia.

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