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Quarta-Feira, 25 de Março de 2020 às 10:11

Menores envolvidos em homicídio vão ficar 3 anos na Fundação Casa

Juiz Evandro Pelarin aplicou a medida socioeducativa mais severa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Richard de Maura (foto) foi morto à facadas após ser atraído para emboscada.

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O juiz da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, "condenou" os três adolescentes envolvidos na morte de Richard Henrique de Maura a três anos de internação em unidades da Fundação Casa.

O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro e teria sido motivado pelo furto de um agasalho.

Uma adolescente de 17 anos atraiu Richard para o bairro Jardim Maracanã com a proposta de um encontro amoroso, mas era uma emboscada.

No local, o namorado dela, de 15 anos e um amigo de 17 esperavam Richard armados com facas.

A vítima foi golpeada mais de 10 vezes e, antes de morrer disse o nome de um dos adolescentes para uma moradora.

Pelarin, que é implacável com menores infratores, explicou que três anos de internação é a medida mais severa que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.

No caso de crimes contra a vida envolvendo menores, o ECA não aplica as qualificadoras que aumentam a pena, como o Código Penal.      

“Somos mais objetivos. Avaliamos a natureza do crime (furto, roubo, homicídio),  e se houve confissão”.

Os dois adolescentes de 17 anos completam a maioridade em agosto, mas deverão cumprir a pena em unidade para menores.

“Nesses casos o ECA estabele que menores infratores de até 17 anos e 11 meses permaneçam internados na Fundação Casa até as 21 anos”, disse.

O juiz esclareceu que, em crimes mais leves, os menores podem ser beneficiados com medidas socioeducativas mais brandas durante a internação se apresentam bom comportamento, reparam os danos causados à vítima, demonstram arrependimento e contam com o amparo da família. É o que o Código Penal chama de progressão de regime. A regra, no entanto, dificilmente se aplica para homicídios.

Os três adolescentes envolvidos no assassinato brutal de Richard demonstraram frieza no interrogatório, descrevendo com detalhes o plano de morte que elaboraram. A garota chegou a sorrir ironicamente. Comportamento que foi registrado no boletim de ocorrência.

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