A empresa de Fany Cristina Warick, mulher do secretário de Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo, Liszt Abdala, prestou serviços para a Prefeitura de Rio Preto nos últimos nove anos, inclusive em períodos em que Liszt ocupou cargos de confiança no governo. Os pagamentos que comprovam os contratos estão no portal da transparência do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Nesta segunda-feira (15), durante sabatina na Câmara Liszt confessou que Fany e a irmã, dona da Marbell Teleinformática, que ele foi dono como sócio até 2011, sempre participaram de licitações do município. Apesar da afirmação, o secretário não disse que a mulher prestou serviços para a Prefeitura, em 2008, quando ele era secretário também de Desenvolvimento Econômico, no segundo mandato do prefeito Edinho Araújo.
Os contratos entre Fany e Prefeitura continuaram ininterruptos até 2016. Mesmo entre 2010 e 2012, quando Liszt presidiu a Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb). No total, foram mais de 50 contratos, os quais somaram em torno de R$ 14 mil reais. Valores que variam entre R$ 30 e R$ 1 mil como pagamento por aquisição de telefone sem fio, manutenção de linhas telefônicas e prestação de serviços técnicos.
Além da contratação da empresa da mulher, dados do TCE também revelam contratos do município com a Marbell Teleinformática, em maio e junho de 2010, ano em que Liszt ainda estava como sócio da empresa, junto com a irmã. Ano também que o secretário entrou para presidência da Emurb. Denúncias que agora podem agravar o desgaste do governo em manter Liszt na pasta.
As denúncias envolvendo o secretário surgiram em meio ao escândalo da licitação do aplicativo "Estacione", da Área Azul Digital. Primeiras denúncias comprovaram que a empresa vencedora da licitação, por meio de carta convite, a Innovare tem como sócia a ex-servidora comissionada Roberta Nunes Ferreira Costa, demitida na semana passada, e o marido dela Wagner Costa.
Com o desenrolar das apurações ficou constatado também que as outras empresas que participaram da concorrência eram da mulher de liszt (Fany), da irmã dele (Marbell) e um outro CNPJ que consta como suspenso na Receita Federal. Suspeita de fraude que está sendo investigada pelo Ministério Público e por uma sindicância da Prefeitura composta por técnicos das secretarias da Fazenda, Obras e Comunicação Social.
Os envolvidos também são alvos de uma CPI da Câmara, que deve ser protocolada na Casa depois do dia 20 de janeiro, com o fim do recesso parlamentar. Mais detalhes sobre o caso e a posição dos envolvidos você confere na edição desta terça-feira (16), do CBN Grandes Lagos.
Por Francela Pinheiro