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Quinta-Feira, 12 de Dezembro de 2019 às 17:00

Justiça solta homem que matou técnico em telefonia confundido com ladrão

Francisco Xavier de Paula (foto) foi esfaqueado enquanto consertava uma antena na zona rural de Rio Preto.

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Foi colocado em liberdade, durante audiência de custódia no Fórum de Rio Preto, o ajudante de pintor Vanderlei da Rocha de Oliveira, que assumiu ter esfaqueado um técnico em telefonia acreditando que a vítima fosse um ladrão.

O homicídio aconteceu na madrugada desta quinta-feira, 12, no bairro Morada do Sol, zona norte da cidade.

Durante interrogatório, Vanderlei afirmou que o local é alvo frequentemente de ladrões e que quando viu um homem invadindo o alambrado que protegia uma torre de telefonia, dentro da propriedade onde mora, pensou tratar-se de um criminoso.

Ele disse que acendeu um rojão e atirou em direção ao suspeito. O técnico Francisco Xavier de Paula, de 43 anos, se irritou e teria corrido até onde estava o morador. Armado com uma faca, Vanderlei disse que golpeou o homem para se defender e que Francisco não teria dito em momento nenhum que estava no local para realizar a manutenção da antena. Ferido, o funcionário correu em direção ao veículo da empresa Líder Telecom e foi golpeado mais uma vez.

O próprio Vanderlei telefonou para o Corpo de Bombeiros e permaneceu no local dos fatos até a conclusão dos trabalhos policiais.

Ferido no peito e no abdômen, Francisco morreu no local.

O delegado Roberval Costa Macedo considerou excesso do morador, que feriu a vítima quando esta já não oferecia risco para ele, por isso prendeu Vanderlei por homicídio doloso.

O homem registra um histórico criminal por resistência, em 2014.

Ele foi beneficiado com liberdade provisória, com a condição de que se apresente em juízo bimestralmente, não mude de endereço sem avisar a Justiça e não frequente bares e boates. O homem também está proibido de sair de casa no período noturno.

O processo foi registrado como homicídio privilegiado. Em sua decisão, a juíza Luciana Cochito argumentou que "o autuado é primário, possui residência fixa e ocupação lícita. Portanto, as condições pessoais  do autuado e as peculiaridades do caso indicam que as medidas cautelares diversas da prisão são  suficientes e adequadas à preservação da ordem pública e à aplicação da lei penal, bem como para prevenir e desestimular a reiteração criminosa. A análise dos autos aponta, em tese, para a hipótese de erro de fato, ainda que com excesso na conduta do autuado."

Vanderlei não contratou advogado e, na audiência de custódia, foi representado pelo defensor público Mário Lúcio Pereira Machado.

Já o técnico em telefonia, Francisco Xavier de Paula, foi transportado para São Paulo onde deverá ser cremado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpínia. O traslado foi custeado pela empresa Líder Telecom.

 

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