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Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2019 às 18:51

Juíza determina prisão de réu após condenação em Júri Popular

Renan Luíz Grecco, que matou com 22 facadas a jovem Thais Aline Zanini, estava respondendo ao processo em liberdade. Após anunciar sentença de 19 anos, juíza Gláucia Véspoli disse que condenação com liberdade não é Justiça.

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Foi condenado a 19 anos de prisão, em regime inicial fechado, o atendente Renan Luíz Grecco, pelo homicídio da jovem Thais Aline Zanini Festa, assassinada com 22 facadas em abril de 2014.

O conselho de sentença acatou as três qualificadoras da denúncia de homicídio: motivo torpe, meio cruel e recurso que impediu a defesa da vítima. Além do crime de ocultação de cadáver.

Importante lembrar que a qualificadora de feminicídio só entrou no Código Penal em 2015, ou seja, um ano após a morte da jovem, por isso não foi considerada no caso.

Renan permaneceu preso durante 1 ano e 9 meses mas, beneficiado com Habeas Corpus pelo Supremo Tribunal Federal, respondeu ao restante do processo em liberdade. No entanto, além de fixar a pena do réu em quase duas décadas, a juíza Gláucia Véspoli ainda determinou a prisão do homicida por entender que “em um crime de tamanha repercussão e crueldade, não há Justiça quando o réu é beneficiado com a liberdade até que a sentença transite em julgado, o que pode demorar anos”.

A magistrada ainda citou jurisprudência do próprio STF para justificar a decretação da prisão, após condenação em Júri Popular.

O advogado Paulo Henrique Toniol, que adotou a estratégia de homicídio privilegiado – o réu teria matado Thais após violenta emoção, vai recorrer da decisão e ingressar com novo pedido de liberdade.

Entenda o caso

Investigações da Polícia Civil apontaram que a estudante Thais Aline Zanini Festa, de 17 anos, foi morta no dia 5 de abril de 2014, mas o corpo dela só foi encontrado por acaso quase um mês depois, no dia 3 de maio.

Pai e filho procuravam uma novilha desaparecida em uma área de mata próxima ao córrego São Pedro, na zona norte de Rio Preto, quando se depararam com um corpo parcialmente enterrado em uma cova rasa.

Quatro dias depois, familiares reconheceram o corpo da jovem no Instituto Médico Legal através das tatuagens. A mãe da vítima, Simone Zanini, não registrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da filha porque acreditava que ela estava morando na casa de um namorado.

Com o desenrolar das investigações, Renan Luís Greco e Igor Campos Vieira, que eram amigos de Thais, se apresentaram espontaneamente na DIG porque passaram a ser apontados por amigos da vítima como autores do homicídio.

Renan acabou confessando ser o autor das facadas, mas apresentou versões diversas durante o processo. Afirmou num primeiro momento que nutria sentimento pela jovem e que teria sido rejeitado, já que ela gostava do amigo Igor. No júri afirmou que, enquanto acampavam no meio do mato, Thais teria zombado de uma situação de abuso sexual sofrido pelo rapaz na infância, fato que, segundo ele, foi confidenciado num momento de tristeza e confiança no sigilo da jovem.

Os dois rapazes foram presos temporariamente, mas a participação de Igor no crime não foi comprovada. Renan permaneceu 1 ano e 9 meses encarcerado, mas foi colocado em liberdade após pedido de habeas corpus e permaneceu livre até a data do julgamento, inclusive trabalhando de carteira assinada.

Ele não registrava antecedentes criminais. 



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