O juiz Rodrigo Bahia Accioly Lins, da Justiça de Cáceres/
MT, revogou a prisão temporária do piloto de Rio Preto, Florindo Miranda,
cumprida na última quinta-feira, dia 6, durante a deflagração da operação Grão
Branco, pela Polícia Federal.
Ele foi solto na manhã desta sexta-feira, do Centro de
Detenção Provisória de Rio Preto.
A prisão temporária visa manter o investigado preso enquanto
a polícia procura provas de participação em crime, ao contrário da preventiva,
quando há elementos suficientes para determinar que o suspeito seja mantido
preso até o dia do julgamento.
Interceptações telefônicas identificaram que ele manteve
contato telefônico com o integrante de uma quadrilha de tráfico internacional
de drogas (este sim preso preventivamente) durante negociação sobre a venda de
um avião.
Ocorre que Florindo, junto com o irmão, trabalha com
assessoria aeronáutica, atuando na intermediação de compra e venda de aviões e
despachante, e o que os diálogos demonstram, segundo a defesa dele, é
unicamente a negociação.
“Foi solicitada a revogação da prisão temporária porque o
piloto não apenas quer colaborar com as investigações, mas tem o maior interesse
no esclarecimento da verdade”, disse o advogado Henrique Tremura.*
Florindo tomou conhecimento da operação quando estava em Sorocaba.
Ele se deslocava de carro para Rio Preto a fim de se apresentar quando foi abordado por policiais
federais no pedágio de Catanduva.
Em interrogatório, confirmou ter negociado com o investigado
a compra de uma aeronave, mas com total desconhecimento sobre a atividade
criminosa do homem que ele considerava cliente.
O hangar de propriedade dos irmãos, localizado no aeroporto
de Rio Preto, foi alvo de busca e apreensão, mas não foi lacrado e continua
operando.
A PF também esteve na casa do irmão de Florindo, Everton
Miranda, e o mandado de busca foi acompanhado pelo piloto.
Com a revogação da prisão pelo mesmo juiz que decretou a temporária, o magistrado entende que a soltura do piloto não acarretará prejuízos para a investigação.