imagem

Sexta-Feira, 14 de Maio de 2021 às 12:04

Juiz revoga prisão de piloto de Rio Preto investigado em operação da PF

Interceptações mostram que ele negociou a venda de um avião com membro de organização criminosa. A defesa argumentou que o diálogo demonstra, unicamente, a negociação. "Ele atua como corretor. Desconhecia a vida pessoal do então cliente". Foto: PF

thumbnail

O juiz Rodrigo Bahia Accioly Lins, da Justiça de Cáceres/ MT, revogou a prisão temporária do piloto de Rio Preto, Florindo Miranda, cumprida na última quinta-feira, dia 6, durante a deflagração da operação Grão Branco, pela Polícia Federal.

Ele foi solto na manhã desta sexta-feira, do Centro de Detenção Provisória de Rio Preto.

A prisão temporária visa manter o investigado preso enquanto a polícia procura provas de participação em crime, ao contrário da preventiva, quando há elementos suficientes para determinar que o suspeito seja mantido preso até o dia do julgamento.

Interceptações telefônicas identificaram que ele manteve contato telefônico com o integrante de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas (este sim preso preventivamente) durante negociação sobre a venda de um avião.

Ocorre que Florindo, junto com o irmão, trabalha com assessoria aeronáutica, atuando na intermediação de compra e venda de aviões e despachante, e o que os diálogos demonstram, segundo a defesa dele, é unicamente a negociação.

“Foi solicitada a revogação da prisão temporária porque o piloto não apenas quer colaborar com as investigações, mas tem o maior interesse no esclarecimento da verdade”, disse o advogado Henrique Tremura.*

Florindo tomou conhecimento da operação quando estava em Sorocaba. Ele se deslocava de carro para Rio Preto a fim de se apresentar quando foi abordado por policiais federais no pedágio de Catanduva.

Em interrogatório, confirmou ter negociado com o investigado a compra de uma aeronave, mas com total desconhecimento sobre a atividade criminosa do homem que ele considerava cliente.

O hangar de propriedade dos irmãos, localizado no aeroporto de Rio Preto, foi alvo de busca e apreensão, mas não foi lacrado e continua operando.

A PF também esteve na casa do irmão de Florindo, Everton Miranda, e o mandado de busca foi acompanhado pelo piloto.

Com a revogação da prisão pelo mesmo juiz que decretou a temporária, o magistrado entende que a soltura do piloto não acarretará prejuízos para a investigação.


*A defesa do piloto Florindo Miranda é representada pelos advogados Luciano Macri, Henrique Tremura e Augusto Cunha.

imagem