O juiz Marco Aurélio Gonçalves, da 2ª Vara da Fazenda de Rio Preto, fixou em R$ 5 mil o valor indenizatório que o Estado deverá pagar à desempregada Isabela Sabino de Souza, de 24 anos que, em fevereiro do ano passado, foi agredida por um policial militar enquanto estava grávida. O caso, que aconteceu no bairro Santo Antônio e ganhou repercussão nacional, completou um ano na última quinta-feira, dia 4.
A indenização estabelecida na decisão de 1ª instância representa menos de 5% do montante exigido pelo advogado Franklin Alves Branco, que foi de 100 salários mínimos.
Na sentença proferida pelo juiz, ele minimiza a violência argumentando que é possível verificar pelas imagens gravadas por testemunhas que o soldado Wesley Viana não pressionou a barriga da vítima, mas avalia como "despropositado" o tapa que o pm dá no rosto da jovem quando ela estava imobilizada.
Para o advogado, a decisão seria diferente se a sentença
fosse proferida pelo olhar da juíza Tatiana Pereira Viana dos Santos, que instruiu o processo desde o início.
"A visão feminina para uma situação de mulher grávida agredida por um agente do estado seria muito mais sensível", argumenta.
A defesa de Isabela garantiu que vai recorrer da decisão, mantendo o valor inicialmente estabelecido.
Ela foi agredida quando tentou filmar a abordagem de
policiais militares a um adolescente suspeito de tráfico de drogas. Para a
vítima, que teve o celular tomado, os pms estavam cometendo abuso de autoridade.
A filha dela nasceu sadia três meses após o episódio de violência e completa um ano em maio.
O policial Wesley Viana foi afastado do trabalho operacional e responde a inquérito militar, que ainda não foi concluído.