Após a repercussão da agressão a uma gestante pelo policial
militar Wesley Viana nesta semana, uma jovem relatou ter sido vítima de
truculência semelhante envolvendo o mesmo agente.
O caso aconteceu em novembro de 2018 no bairro Parque da
Cidadania, também na zona norte de Rio Preto.
Com medo de represálias, a família se mudou do bairro, onde vivia em casa própria, e hoje mora de aluguel.
A vítima disse que tentou denunciar o abuso de autoridade
pelo site da Corregedoria da Polícia Militar, mas ao concluir a mensagem, a página
apresentava erro. Ela foi desencorajada pela família a procurar uma delegacia
de Polícia Civil.
Não é a primeira vez que o soldado Wesley Viana figura nos
noticiários policiais. Em fevereiro de 2018 vazou um áudio em que ele critica o
delegado Jairo Garcia Pereira pela prisão de um pm e coloca em xeque o próprio comando da Polícia Militar.
A reportagem pesquisou a identificação do soldado no site do
Tribunal de Justiça Militar, mas não localizou nenhum processo envolvendo o
policial. Mesmo resultado em busca no site do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo.
Wesley Viana foi afastado do policiamento de rua no mesmo
dia em que moradores do bairro Santo Antônio divulgaram imagens em que ele
aparece agredindo Isabela Sabino, grávida de 5 meses. Segundo o soldado, a
mulher interferiu em uma abordagem a dois suspeitos de tráfico.
O advogado de Isabela, Franklin Alves, disse que vai
processar o estado.
Nesta quinta-feira, 06, a gestante passou por exames no Instituto Médico Legal. O inquérito que investiga resistência e abuso de autoridade será tocado pelo 4 Distrito Policial.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que "o comando do 17° Batalhão da Polícia Militar do Interior determinou o imediato afastamento do policial flagrado em desvio de conduta. A PM já instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar o ocorrido".