Joseane Teixeira
Foi identificado e detido nesta quarta-feira, 18, o homem que matou cinco aves do zoológico de Rio Preto e feriu outra gravemente.
Acácio Aparecido Navaro, de 52 anos, era funcionário do local e afirmou que praticou o crime por vingança após ser demitido. O suspeito também alegou problemas psicológicos.
"Trabalhei 32 anos para a Prefeitura e fui demitido por justa causa, sem direito a nada. Mataram 21 gatos que eu tinha, meu pai morreu em dezembro. Estou tomando diazepam", afirmou.
O ex-tratador mora no bairro Jardim Yolanda.
Segundo o delegado André Ballura, da DIG, investigadores tiveram dificuldade para chegar ao autor do crime porque não contaram com o auxílio de nenhuma tecnologia, já que não há câmeras no bosque e Acácio não possui carteira de habilitação, nem veículos registrados em seu nome.
"Tivemos que montar um quebra-cabeça com todas as pistas que recebemos - suspeita dos funcionários do zoológico, descrição do suspeito, lista de ex-funcionários, até chegar no verdadeiro criminoso", afirmou em entrevista.
Na casa do desempregado os investigadores apreenderam estilingues, espingardas de pressão, além de bolinhas de gude e de chumbinho, utilizadas como munição.
Equipe da Polícia Ambiental participou da ocorrência e apreendeu 11 jabutis no imóvel - o animal pertence a fauna silvestre e sua posse depende de autorização do Ibama. Como Acácio não tem essa documentação, além do crime de maus tratos ele deverá ser responsabilizado também por manter em cativeiro animal da fauna silvestre.
Ele assumiu o crime e disse estar arrependido.
"Estava sob efeito de remédios e não tinha muita noção do que estava fazendo. Quando me dei conta do que tinha feito, já era tarde".
O crime de maus tratos, em caso de morte do animal, pode chegar a um ano e quatro meses de detenção. Acácio pode ser multado em até R$ 33 mil - seis mil pela morte de cada ave e três mil pelo Urumutum ferido que sobreviveu.
Entenda o caso
Na tarde da última quinta-feira, 12, o desempregado esteve no bosque municipal armado com um estilingue. Ele seguiu até o viveiro de aves e disparou bolinhas de gude e de chumbinho contra várias espécies. Seis aves foram atingidas. Três morreram no local - dois Jacus e um Aracuã. Outras três foram socorridas ao Hospital Veterinário da UNIRP com ferimentos graves, mas duas morreram, o faisão prateado e um urubu-rei, uma das aves mais raras do Zoológico.
A única ave que sobreviveu, um Urumutum, deve passar por cirurgia na tarde desta quarta-feira.
Após o episódio, a Prefeitura decidiu instalar câmeras de monitoramento no bosque e catracas na entrada. O projeto ainda depende de licitação e não tem prazo para ser colocado em prática.