O vigilante Jader Garcia Lopes, de 47 anos, vai a Júri Popular nesta quinta-feira pelo feminicídio praticado contra a ex-mulher,
Luciana Ramos Santos, morta aos 37 anos em maio de 2016.
Segundo informações do processo, o homem, que tentava
reconciliação, convidou a vítima para um show sertanejo mas durante o trajeto
de carro, discutiram por ciúmes.
Quando parou para abastecer em um posto na avenida dr Ernani
Pires Domingues, a mulher, percebendo que corria risco de morte, saltou do
veículo pedindo socorro, mas Jader a perseguiu e, com uma faca que teria
ganhado de presente da própria vítima anos atrás, a golpeou várias vezes, até a
morte. Após o crime, ele também se cortou dizendo que queria morrer junto com
Luciana, mas os ferimentos foram superficiais.
O casal viveu junto por 23 anos e teve três filhas, mas a
relação sempre foi conturbada em virtude da agressividade do réu, que chegou a
ficar preso cinco meses por porte de arma de fogo.
As jovens, que tinham 21, 19 e 17 anos na época do crime,
confirmaram em juízo que a mãe tinha medo do companheiro e reatou o
relacionamento várias vezes sob ameaça. Em uma das tentativas de separação, foi
violentada sexualmente, mas não denunciou.
Jader alegou em juízo que no dia dos crime Luciana disse que
o traiu, o que teria provocado a sua fúria. Mas que após matá-la, se
arrependeu.
O advogado Wesler Augusto de Lima Pereira descartou a hipótese de absolvição, mas vai trabalhar para minimizar a
pena.
Jader foi denunciado por homicídio quadruplamente
qualificado, por motivo torpe, meio cruel, mediante recurso que impediu a
defesa da vítima e em razão da condição do sexo feminino, o chamado
feminicídio.
Ele está preso desde o dia do crime e atualmente aguarda
julgamento na penitenciária de Andradina, de onde enviou cartas para as filhas,
mas nunca recebeu resposta.
O Júri Popular está marcado para 13h30, no Fórum Central.
O promotor designado para a acusação é Marco Antônio Lélis Moreira.