A equipe médica do Hospital de Base abriu protocolo nesta quarta-feira, 06, para
investigar a suspeita de morte cerebral em Aracelli Amaral do Prado, de 25
anos, que caiu após pegar beirão em um ônibus de transporte coletivo. Ela
passou por cirurgia para descompressão cerebral, mas não apresentou melhora do
estado de saúde. Grávida de aproximadamente seis meses, a paciente é
acompanhada por equipe de obstetrícia do Hospital da Criança, que estuda a
possibilidade de manter a jovem ligada aos aparelhos até que o bebê se
desenvolva com condições para ser retirado.
Aracelli não portava documentos pessoais quando se
acidentou. A identidade dela era um mistério para os médicos e para a Polícia
Civil até este final de semana, quando foi reconhecida por familiares.
A mãe, Luiza Prado, explicou que a filha é dependente
química e, às vezes, desaparecia.
Na luta contra o vício do crack, Aracelli passou por treze internações em clínicas de Rio Preto, Monte Aprazível e Tanabi.
Ela já é mãe de um bebê de um ano e três meses e está grávida de outro menino. Apesar de ser assumidamente gay, as duas concepções foram resultado da dependência química, já que trocava sexo por drogas.
Em outubro do ano passado, Aracelli foi presa no centro da
cidade com sete pedras de crack. Tentou argumentar que o entorpecente era para consumo
pessoal, mas não convenceu nem a Polícia Civil, nem a Justiça. Foi levada para
a cadeia feminina de Tupi Paulista, mas acabou beneficiada por habeas corpus
coletivo, julgado pelo Supremo Tribunal Federal, que concede prisão domiciliar
para mães de filhos menores de 12 anos.
O alvará foi cumprido em 19 de fevereiro, oito dias antes do
acidente.
Dona Luiza tem a guarda do primeiro filho de Aracelli e quer
assumir também o segundo, que a filha disse que se chamaria Gabriel.