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Quarta-Feira, 25 de Novembro de 2020 às 16:51
"Há milhares de pessoas produzindo e vendendo pornografia infantil", diz delegado sobre organização
Alexandre Arid coordena a operação Black Dolphin, que desarticulou um esquema de produção e venda desses materiais. Chefe da organização é de Rio Preto e foi preso. Foto: Madelyne Boer/CBN.
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A Polícia Civil desarticulou uma organização criminosa, responsável pela exploração sexual de crianças e adolescentes em pelo menos quatro estados. A rede produzia, vendia e comprava material pornográfico infantil. A operação Black Dolphin foi coordenada por investigadores de São José do Rio Preto.
Um técnico em informática, de 43 anos, apontado como chefe do esquema, foi preso na casa dele, zona sul da cidade. Segundo o delegado Alexandre Arid, chefe do Centro de Inteligência da Delegacia Seccional, no imóvel foram apreendidos, computadores, máquinas fotográficas e outras mídias contendo cenas de sexo envolvendo menores.
As investigações começaram em 2018, após os policiais receberem denúncias e realizarem buscas na deep web, conhecida como internet invisível para atividades ilegais, e chegar até várias redes de produção e disparo de conteúdo. Os investigadores se infiltraram em mais de 20 comunidades digitais; 10 mil contas de e-mail foram encontradas com imagens de abusos infantis.
No total, foram expedidos 222 mandados de busca e apreensão e, até o fechamento da reportagem, 53 pessoas tinham sido presas em 85 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas gerais e Rio Grande do Sul. A Polícia acredita que apesar da desarticulação da quadrilha, existem outros criminosos espalhados pelo país, nas chamadas células do crime.
Quem adquire, possui e armazena conteúdo pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes pode pegar de 1 a 4 anos de prisão. Para quem produz, disponibiliza ou vende, a pena pode chegar a 8 anos de reclusão.