O Ministério Público, a Polícia Civil e a Prefeitura de Olímpia investigam uma funerária do município por denúncias de irregularidades no manuseio e preparo dos corpos. O caso veio à tona após a deputada estadual Adriana Borgo, do PROS, levar a denúncia ao procurador geral do estado Mario Luiz Sarrubo, por meio de uma representação, solicitando a abertura de um procedimento investigatório.
A parlamentar recebeu, anonimamente, vídeos e fotos que em que os cadáveres aparecem no chão, onde são ‘lavados’ e manuseados de maneira imprópria. As imagens mostram, ainda, que o sangue dos corpos escorre pela rede de esgoto, quando deveria ser preservado em uma caixa específica e retirado por empresa especializada, o que não ocorre no local.
No documento ainda consta que a funerária não utilizava a caixa abaixo da mesa de preparação dos corpos (tanatopraxia), e com isso o proprietário estaria desrespeitando lei estadual e municipal.
Ainda segundo a denúncia feita ao Ministério Público, além de irregularidades procedimentais com os corpos, também há o cometimento de crimes ambientais, o superfaturamento na compra de caixões, dentre outros.
O denunciante ainda enviou documentação demonstrando que, mesmo diante de todas as irregularidades, ainda assim o estabelecimento possui Licença Sanitária com validade até 07/05/2022. A funerária é a única credenciada pela Prefeitura de Olímpia para a preparação dos corpos, desde 2008.
A CBN procurou o município, que por meio de nota disse que após as denúncias determinou a instauração de uma auditoria da Vigilância Sanitária para apurar a veracidade dos fatos e ainda notificará a empresa sobre a abertura de um processo administrativo. A Prefeitura ainda afirmou que a estrutura do local passa por inspeção regular e que a documentação está de acordo com as normas e a legislação específica, mas que, diante do ocorrido, o caso será apurado.
Por meio de nota nas páginas oficiais da funerária Organização Social de Luto, a empresa Bonini e Daud, representada pelo proprietário Miguel Angelo Daud, se posicionou repudiando as denúncias. Alegou que a empresa é familiar com mais de 80 anos de atividade e que sempre presou pela honestidade. A empresa disse que a partir deste ato vil e falso publicado em redes sociais, vai responsabilizar civil e criminalmente o autor. A CBN tentou falar diretamente com o proprietário, mas até o momento não teve retorno.