Após realização de testes em massa por determinação da Justiça, mais 21 internos da Fundação Casa de Rio Preto testaram positivo para Covid-19. A instituição também soma 15 funcionários com a doença, sendo que 4 ainda aguardam resultados de exame.
A testagem foi motivada após o caso envolvendo um adolescente, de 15 anos, morador de Jales, que foi isolado em um banheiro desativado da unidade em Rio Preto, em condições precárias, no início de junho, após ter testado positivo para Covid-19. Ele estava na Fundação porque em Jales não havia unidade para atender o menor, que tinha se envolvido com o tráfico de drogas. Após pedido da Defensoria Pública de SP, ele foi liberado para cumprir a quarentena em casa.
Por conta disso, no dia 16 de junho, 50 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, 95 servidores da Instituição e 11 funcionários de empresa terceirizada, totalizando 156 pessoas foram testados. Do total desta ação, 155 testes deram negativo e somente um adolescente apresentou sintoma de gripe e teve que realizar o PCR.
Porém, no dia 22 de junho, 14 outros adolescentes apresentaram sintomas de gripe e houve a necessidade de submetê-los ao teste de PCR para melhor avaliação. Na época, dos 15 jovens submetidos ao PCR, 6 testaram positivo e 9 aguardavam resultado do exame.
Da última semana para cá, mais 14 jovens também apresentaram sintomas de gripe e foram submetidos ao teste de PCR. No total, 29 adolescentes que tiveram que fazer o PCR. Desses 29 internos, 2 deles deram negativos e 27 positivos. Com isso, 17 adolescentes foram liberados pelo Judiciário, com recomendação da área da saúde de isolamento domiciliar – sendo dois deles negativos. Doze jovens positivos continuam no CASA em Rio Preto e estão isolados em espaço específico.
Com relação aos servidores, oito deles apresentaram sintomas e foram afastados. Também da última semana para cá, mais 16 servidores apresentaram sintomas de gripe e foram submetidos ao teste do PCR. No total, 15 testaram positivos, 4 aguardam resultado e 2 não fizeram o exame.
CASO ENVOLVENDO MENOR É APURADO PELO MINISTÉRIO DA MULHER E DOS DIREITOS HUMANOS
O caso envolvendo o menor de 15 anos, que disse que a instituição o deixou isolado em um banheiro desativado da unidade após ele ter sido diagnosticado com Covid-19 chegou ao conhecimento do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos que agora quer a apuração sobre a decisão. A ministra Damares Alves encaminhou um ofício pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, ao presidente da Fundação Casa e secretário estadual de Justiça e Cidadania, Paulo Dimas Mascaretti. Ela exige um esclarecimento sobre internação em condições precárias do jovem.
Por meio de nota, a Fundação informou que encaminhou os esclarecimentos, "encaminharemos os esclarecimentos pertinentes ao Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), evidenciando que as práticas recomendadas já são adotadas desde o início da pandemia, com acompanhamento permanente das ações pelo Comitê de Gerenciamento de Crise instalado pela Fundação.
