Há quase dois meses sem
registro de chuva, a região de Rio Preto está em uma situação crítica, de
acordo com os dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. A qualidade
do ar, por exemplo, está cinco vezes pior do que o mínimo recomendado pela
Organização Mundial da Saúde. O engenheiro sanitarista, José Mário de Andrade,
diz que o cenário preocupa: "Uma muito situação crítica, do ponto de vista meteorológico. Os ventos estão muito fortes, em torno de 25 a 30km/h e estão contribuindo para a disseminação de material particulado (poeira, fuligem)".
Não há previsão de chuva, pelo menos para este fim de semana. Apesar disso, a região vai ter de lidar com uma frente fria que já chegou nesta sexta-feira (21). Os termômetros devem registrar uma média de 11ºC. Outra situação preocupa. A captação de água pela represa de Rio Preto está em um nível crítico. O vertedouro está praticamente seco e não há sobra para que os moradores possam utilizar a água.
O diretor da defesa civil
de Rio Preto, coronel Carlos Lamin, ressaltou que este ano o período de
estiagem tem sido muito mais rigoroso do que em 2019, porque no ano passado, julho
registrou chuva, o que não aconteceu em 2020. Ele ainda falou sobre a
preocupação com o aumento das queimadas: "Esse ano nós estamos com uma estiagem bem mais crítica do que em 2019, podendo se agravar. A frente fria que está vindo não contribui para a condição seca. Isso nos deixa muito alertas, principalmente com as queimadas".
Sobre as queimadas,
recorrentes nesta época do ano, o diretor da defesa civil ressaltou que em
todos os casos há a responsabilidade humana, o que contribui para a incidência
de destruições ambientais e de prejuízo à saúde: "Não há fatalidade nesta questão. Esses incêndios que a gente vê, o homem sempre está por trás".
A Organização Mundial da
Saúde recomenda que a umidade relativa do ar fique acima dos 60%. Rio Preto
registrou, nesta quinta-feira (20), 35%. Na região, a média tem sido parecida,
demonstrando que a estiagem tem sido rigorosa. O período de
seca e a baixa umidade do ar aumentam o risco de infecções e doenças respiratórias,
principalmente entre as pessoas alérgicas. Segundo os especialistas, o
agravamento ocorre por conta da alta variação de temperatura. O organismo sofre
com a tentativa de se adaptar e pode ocorrer a desidratação do corpo. Por isso,
é importante beber muita água e sempre contribuir para que queimadas não
ocorram.