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Terça-Feira, 22 de Setembro de 2020 às 16:22

Família denuncia negligência em investigação de homicídio

Após nove dias da morte de Guilherme Lord (foto), a Polícia Civil ainda não ouviu testemunhas, nem pediu a prisão preventiva do suspeito, que fugiu após o crime. Delegado alega excesso de trabalho.

Duração: 03:12

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Nove dias após o assassinato do jovem Guilherme Lord Costa, de 24 anos, a Polícia Civil de Rio Preto ainda não ouviu testemunhas do caso e nem pediu a prisão preventiva do amigo da vítima, Igor Campos Vieira, de 27 anos, apontado como autor do crime.

Foi na casa de Igor, localizada no bairro Jardim das Oliveiras, que Guilherme foi espancado até a morte no dia 13 de setembro. Após o fato, o suspeito desapareceu.



O pai da vítima, Halexandre Lord, se queixa da morosidade nas investigações.

“Eu ligo na delegacia e ninguém sabe me informar nada”, disse.

O inquérito foi instaurado pelo delegado Paulo Grecco, do 4º Distrito Policial. Em entrevista por telefone, ele alega sobrecarga de trabalho e justifica que não há urgência na prisão porque o suspeito não representa risco para a ordem pública.

“Não tem só o caso dele, a delegacia tem muitos casos. Foi instaurado o inquérito, já determinei o que tem que ser feito, temos que formalizar a oitiva das testemunhas. Não é um seqüestro. É um crime grave, mas não tem ninguém sob ameaça de vida”, afirmou.

Halexandre discorda. O pai de Guilherme diz que logo após o crime, Igor ligou para a namorada, que é irmã da vítima.

“Falou coisas desconexas e disse que minha filha era a culpada. Desde então eu tenho que fazer rondas de moto na rua porque ela está com medo do Igor aparecer”.

Segundo Grecco, o suspeito ainda não se apresentou na delegacia.

No dia do crime, vizinhas relataram à polícia ter ouvido gritos de socorro e disparos do que parecia ser arma de choque. Em seguida, Igor foi visto saindo da casa e se dirigiu a uma delas dizendo que estava apenas cobrando uma dívida.

Halexandre, que é técnico em enfermagem, foi quem reconheceu o corpo do filho no Instituto Médico Legal.

“Havia muitos hematomas pelo corpo. Inúmeras lesões nas costas. Dentes, braços, dedos quebrados, indica que ele tentou se defender”, lembra.

No atestado de óbito consta "politraumatismo" como causa da morte.

A razão para um ataque tão violento ainda é um mistério para o pai.

“Nós estamos sem entender. Pra mim foi premeditado. Ele chamou meu filho para ir lá e esperou o pai dele sair de casa para espancar o Guilherme”, afirmou.

Halexandre esteve no endereço na última semana e falou com o pai de Igor, que afirma não saber o paradeiro do filho. Foi o homem quem pagou o velório da vítima.

A reportagem não conseguiu localizar o pai de Igor, tampouco o rapaz. No boletim de ocorrência não há telefones para contato.


Lembre o caso:

http://cbnrp.com.br/noticias/jovem-e-torturado-e-morto-por-amigo-com-quem-dividia-a-casa


Investigado

Em 2017, Igor foi preso temporariamente suspeito de ter auxiliado o então amigo Renan Luiz Grecco a assassinar a adolescente Thais Aline Zanini Festa, à época com 17 anos.

A menor foi morta com requintes de crueldade e enterrada em uma cova rasa na zona rural de Rio Preto. Renan assumiu sozinho o crime e foi condenado a 19 anos de prisão.

http://cbnrp.com.br/noticias/juiza-determina-prisao-de-reu-apos-condenacao-em-juri-popular


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