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Foram mais de 15 dias deitada em uma cama, sem conseguir mexer direito o corpo e sentindo muita dor e febre. Sensação descrita pela gerente comercial Andressa Gasques, de 34 anos. Em abril desse ano, a moradora do bairro Jardim Antonieta contraiu dengue pela segunda vez e conta ter vivido momentos difíceis.
"Eu tive muita dor no corpo, tudo doía. Eu não conseguia nem ficar deitada, não tinha posição confortável. Nenhum remédio tirava minha dor no corpo".
Andressa é uma dos 344
moradores que contraíram a doença em abril nesse ano. Nesta semana, a
Secretaria de Saúde de Rio Preto atualizou os casos de dengue e também
confirmou a primeira morte causada pela doença em 2021 na cidade, ocorrida
em março. Em meio à pandemia de Covid-19, a dengue não trégua, continua registrando aumento do número de casos e já soma 6.862 registros positivos desde o início do ano,
enquanto outros 6.703 continuam em investigação.
E além da gravidade, as duas doenças confundem pacientes e médicos porque apresentam sintomas parecidos, como dor no corpo e cabeça, febre e náusea. Bianca Moreira, moradora do bairro nova redentora, teve dengue há um ano, praticamente no início da pandemia da Covid-19. Ela conta que precisou fazer exame para as duas doenças devido à semelhança dos sintomas.
"Eu estava tendo febre, dor no corpo. Estavam com suspeita de dengue e Covid e tive que cumprir o isolamento. Somente depois dos exames que fiz deu positivo para dengue. A Covid foi descartada".
As duas doenças são virais e apresentam algumas diferenças que podem facilitar o diagnóstico. Diferentemente da Covid, a dengue não dá coriza ou tosse, por exemplo. Mas, por causa das várias semelhanças, a infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stuchi, explica que é necessário descobrir o mais rápido possível qual a doença para que seja feito o tratamento adequado.
"O grande problema é que no início, os sintomas são muito parecidos da dengue e da Covid. O paciente deve fazer os exames, mas ficar em isolamento até que dê negativo para a Covid. É importante que além do exame, o paciente vá ao médico, se atente aos sinais e se hidrate, em ambos os casos".
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que procria onde há locais com água parada, como pneus, vasos de plantas e piscinas por exemplo, formando criadouros. Por isso a importância de que todos façam a sua parte não deixando água acumulada. É o que o consultor Márcio Ponzo tem feito. Ou ao menos tentado. Ele conta que existe uma piscina abandonada e cheia de água suja em um imóvel ao lado do escritório em que ele trabalha e que está há mais de 15 dias esperando a Vigilância Municipal atender a denúncia que ele fez, mas até agora segue sendo ignorado.
"Eu comecei a notar que estava vindo muito mosquito da dengue no escritório que trabalho. O nosso jardineiro, enquanto podava uma árvore, viu de onde vinham os mosquitos. Era do imóvel ao lado. É uma piscina que está 'puro' lodo. Eu fui na Vigilância e fiz a denúncia. Insisti por telefone, mas até agora, ninguém veio resolver".
A CBN procurou a Secretaria de Saúde de Rio Preto sobre a denúncia. Em nota, a pasta disse apenas que a Vigilância Ambiental vai averiguar o caso e tomar as providências cabíveis.