A Polícia Civil já está com as imagens da quadrilha que furtou três apartamentos de um mesmo prédio no bairro Vila Ercília, em Rio Preto.
Câmeras de um vizinho flagraram três bandidos chegando às 15h11 de domingo num Prisma preto.
Tranquilamente eles saem do veículo e entram no prédio. Sem pressa nenhuma os bandidos entram nos três apartamentos sem arrombar a porta de nenhum deles - a suspeita é que usaram chave mixa. Os criminosos escolhem o que querem levar: três televisores, dois notebooks, quase R$ 30 mil em joias, perfumes importados e roupas, somente as de marcas famosas.
O empresário Victor Sotile é dono de um dos apartamentos. Ele estava fora de casa quando recebeu o telefonema de um vizinho do mesmo andar.
"Ele me disse que o apartamento dele tinha sido invadido e que a porta do meu estava aberta. Os bandidos conseguiram abrir, mas não conseguiram fechar. Apesar disso não havia sinal nenhum de que a porta foi forçada de alguma maneira", contou.
Sotile acredita que algum morador do prédio teve participação no crime.
"Isso está muito claro pra mim. É impossível os criminosos entrarem em três apartamentos onde não havia nenhum morador"
A ação durou uma hora e vinte minutos. Câmeras vizinhas mostram os três bandidos carregando as tvs enroladas em panos e uma mala cheia de roupas e calçados. No prédio em que o crime aconteceu não tinha nenhum sistema de segurança.
"Não tem portaria, nem câmera. Depois que o furto aconteceu é que a empresa que administra o edifício tomou providências, mas até agora nós estamos a ver navios".
Após o crime os moradores, por conta própria, providenciaram a troca das fechaduras. Segundo Fernando Oliveira, gerente de uma empresa de segurança, o setor apresenta crescimento tanto na crise quanto na bonança.
"Se o cliente tem ganhos em seu poder aquisitivo ele procura suprir aquilo que o governo não dá, a segurança. Se o Brasil está em crise, aumenta os furtos, aumenta a criminalidade e aumenta os sistemas de segurança. Se a economia está bombando, o cliente quer proteger seu patrimônio", disse.
Hector Zanchini, gerente de uma empresa especializada em monitoramento, diz que o crescimento do setor no ano passado foi de 30 a 40%. Os serviços mais procurados, inclusive por consumidores da classe C e D, são alarme e câmera - que transmite imagens em tempo real do imóvel ou comércio e o cliente pode acessar o arquivo de onde estiver pela tela do celular. O serviço de monitoramento sai por menos de R$ 100 mensais. Zanchini sinaliza para uma mudança de comportamento.
"Antigamente nós éramos contratados só depois que o cliente era vítima de roubo ou furto, hoje ele está se precavendo e buscando esse serviço antes. E as câmeras não servem apenas para registrar crimes, muitos comerciantes usam o acesso remoto para verificar como anda o funcionamento do comércio, se os funcionários estão trabalhando bem. Nas casas, para observar animais domésticos, ou algum incidente", explicou.
Até a noite desta segunda-feira nenhum criminoso tinha sido preso. A Delegacia de Investigações Gerais já tem a placa do Prisma e procura pelos suspeitos.
De Rio Preto, Joseane Teixeira.