APERTE O PLAY E OUÇA A REPORTAGEM COMPLETA COM ANÁLISE DO ECONOMISTA ARY RAMOS
Os reflexos da pandemia de coronavírus ficaram evidentes nos saldos
negativos de postos de trabalho dos principais municípios da região. A
estatística divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados, o Caged, mostrou que as cidades de Rio Preto, Mirassol,
Catanduva, Votuporanga, Fernandópolis, Santa Fé do Sul e Jales demitiram trabalhadores no mês
de abril muito mais do que contrataram. No acumulado de 2020, ou seja, nos
quatro primeiros meses do ano, o saldo também não foi bom.
A maior cidade do
noroeste paulista registrou 5.366 demissões, contra apenas 2.055 contratações,
ou seja, fechou 3311 postos de
trabalho neste mês. No acumulado do ano, Rio Preto fechou 2.920 empregos formais.
Mirassol contratou 229 trabalhadores,
mas demitiu 582 trabalhadores, fechando 353
postos de trabalho. No acumulado de 2020, foram 210 fechamentos.
Olímpia fez a contratação
de 383 pessoas e demitiu 560, fechando 177
postos de trabalho. Apenas no acumulado do ano teve saldo positivo, abrindo 80 empregos formais.
Fernandópolis também
registrou 307 contratações contra 718 demissões, num total de 411 postos de trabalho fechados. Em
2020, foram abertos 165 empregos.
Catanduva, segunda maior
cidade da região, registrou no mês de abril 734 admissões e 1.388 desligamentos,
com um fechamento de 654 postos de
trabalho. Nos quatro primeiros meses, foram fechados 44 empregos formais.
Votuporanga contabilizou
o fechamento de 740 postos de
trabalho, com 524 admissões e 1264 desligamentos. No ano todo, foram 293.
Em Santa Fé do Sul foram 122
contratações contra 396 desligamentos. Município fechou em abril 274 postos de trabalho. No acumulado,
foram 649 fechamentos.
E Jales contratou 79
pessoas e demitiu 234, fechando 155
postos de trabalho. No acumulado, o fechamento ficou em 103.
Para o economista Ary
Ramos, o aumento do desemprego no cenário atual proporcionado pela pandemia já era esperado. A tendência é que os números acabem piorando neste ano:
“O Brasil e o mundo estão passando por um problema econômico, social e sanitário
que nós não temos precedentes, portanto, é difícil dar uma resposta afirmativa,
mas o que percebemos é que este aumento é algo natural nesta situação, um verdadeiro
choque na economia, tanto na questão da oferta como da demanda. Nós nunca lidamos com
isso”.
O economista ainda
acredita que a alta do desemprego não pode ser atribuída exclusivamente à
pandemia e sim para a falta de estrutura do próprio governo com os
trabalhadores: “Em um primeiro momento, o desemprego vai “explodir” e é o que
está acontecendo em todos os lugares. O problema em decorrência da pandemia
pode ser atribuído à ela em partes: a primeira questão é que isto está ligado
diretamente à uma estrutura econômica
e social muito degradada no país. Antes da pandemia, já tínhamos mais de 2
milhões de desempregados no país. O segundo ponto é o despreparo do governo,
que tem grande dificuldade em organizar a situação de auxílio aos necessitados
em um momento que a população mais precisa do apoio do estado”.
No país, segundo o Caged, mais 860 mil postos de trabalho foram fechados
em abril. O saldo foi resultado de 598.596 admissões e 1.459.099 demissões ao
longo do último mês.