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Terça-Feira, 13 de Setembro de 2016 às 06:07

Daniel Nhani não se intimida com empresários e polemiza em sabatina

Ao receber o manual com propostas econômicas para o governo municipal, o candidato do PCO afirmou que não pode firmar compromissos que vão contra os trabalhadores.

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O representante do Partido da Causa Operária, Daniel Nhani, foi o quarto candidato a prefeito a participar da sabatina realizada pela ACIRP às segundas-feiras.

Conforme definido anteriormente com todos os convidados, cada candidato tem quinze minutos pra se apresentar e cinco minutos para responder a quatro perguntas definidas por sorteio.

Ferrenho defensor da classe trabalhadora, Nhani se sentiu entre leões ao se posicionar contra os interesses econômicos dos empresários presentes. E não se intimidou. Usou o tempo de apresentação para defender o que chama de campanha digna. Professor da rede estadual de ensino, ele não deixou a sala de aula para fazer campanha política. Disse que o partido não se coligou com outras bandeiras em troca de tempo de campanha ou distribuição de cargos, e até por isso já prevê a derrota nas urnas.

"Nós sim defendemos os direito dos trabalhadores, mas o que vai chegar na zona norte é santinho e carro de som. É desse jeito que se ganha voto e nós não temos dinheiro pra isso".

Entre os momentos de maior polêmica, está a defesa de que é obrigação do rico pagar a conta da crise. (ouça o áudio)

Outra proposta de governo é a polêmica auditoria das obras públicas, que para o candidato é um duto de enriquecimento das empreiteiras.

"Quero saber se essas obras estão realmente atendendo o interesse da população"

Na fase de perguntas, a primeira questão foi sobre os conselhos municipais e como torná-los mais decisivos. O candidato pelo PCO criticou a falta de representatividade dos pobres nas decisões municipais e afirmou que as próprias entidades de classe, que defendem mais autonomia, também são regidas por interesses políticos.

A segunda pergunta era como o candidato, se eleito prefeito, iria promover uma gestão mais autônoma do Parque Tecnológico. Ele respondeu que sua vitória nas urnas é a única alternativa pra independência do Partec justamente por não estar coligado a nenhum partido e que o projeto poderia ser uma importante ferramenta de educação tecnológica, mas só vai atender aos interesses de grandes grupos econômicos.

Sobre a criação de novos distritos para atender empresas que querem se instalar na cidade, o candidato afirmou que os distritos não saem do papel porque não interessam às empresas locais.


"O empresário se sente ameaçado com a concorrência e tem representatividade pra interfirir".


A última pergunta era sobre a flexibilização do horário de trabalho no comércio, proposta que ele foi veementemente contra.

"Ninguém fala em flexibilizar pra menos. O que se propõe é a sobrecarga de trabalho para atender exclusivamente aos empresários".

Como parte do protocolo de encerramento, Daniel Nhani recebeu das mãos do presidente da ACIRP, Paulo Sader, um manual elaborado pela Associação Comercial contendo propostas de governo para o desenvolvimento econômico da cidade

Ele agradeceu o documento, mas afirmou categoricamente que não firma compromissos que contradizem os direitos dos trabalhadores e propôs ao presidente: inclua os trabalhadores em sua proposta.

De Rio Preto, Joseane Teixeira.


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