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Quarta-Feira, 28 de Outubro de 2020 às 16:48

Corregedoria 'mira' policial civil por posse de carro roubado e clonado

Inspetores da Polícia Rodoviária Federal constataram que o carro, com placas do estado de Santa Catarina, tinha sido roubado em 2013, em Porto Alegre. Quem dirigia o Hyundai era a mulher do policial. Foto: PRF

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A Corregedoria da Polícia Civil de Rio Preto instaurou processo administrativo para investigar a participação de um agente policial de 44 anos em uma ocorrência de receptação de veículo roubado que foi clonado para escapar da fiscalização.

O carro, um Hyundai I-30, foi interceptado por inspetores da Polícia Rodoviária Federal no dia 19, quando transitava pelo km 67 da BR 153, em Rio Preto.

A abordagem foi motivada pela suspeita com relação à placa do veículo, constando como sendo do estado de Santa Catarina.

O Hyundai era dirigido por uma mulher de 43 anos, esposa do policial civil.

Questionada sobre a procedência do veículo, ela afirmou ter comprado na “Pedra”, há quatro anos, e que não sabia que era clonado.

Segundo informações da PRF, durante a conferência dos sinais de identificação do veículo, os policiais constataram que se tratava de um veículo roubado em Porto Alegre/RS em 2013, porém havia sido “clonado” com a placa de outro veículo com as mesmas características, sem restrições, licenciado no Estado de Santa Catarina.

A mulher foi levada para a Central de Flagrantes de Rio Preto, onde foi qualificada como investigada em boletim de ocorrência registrado como receptação qualificada e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Ela telefonou para o marido e ele acompanhou o registro do documento.

Policiais consultados pela reportagem não acreditam na versão de que o agente e sua esposa não tinham conhecimento sobre a procedência do I-30. Isto porque, na posse do casal há quatro anos, deveriam neste período regularizar os pagamentos de IPVA e licenciamento, obrigatórios a todos os veículos do país.

Procurado, o delegado seccional de Rio Preto, Silas José dos Santos, afirmou que, na esfera criminal, o caso está sendo investigado pelo 1º Distrito Policial. Já na esfera administrativa, as sanções aplicadas ao policial dependerão do enquadramento penal imputado à ele na medida de sua participação, podendo ser de advertência à demissão do serviço público.

O agente, admitido na Polícia Civil em 1996 como carcereiro, não foi afastado das funções e continua prestando serviços à delegacia Seccional, no setor de almoxarifado. Já o veículo foi apreendido.

Resolução nº 670 de 2017 do CONTRAN prevê a possibilidade de solicitar a troca de placas ao proprietário que teve seu veículo clonado, motivado pelos transtornos que os proprietários desses veículos passam, recebendo notificações de multas de locais que nunca estiveram. Nesta ocorrência em específico, o veículo original já havia recebido novas placas.

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