O operador de máquina Flávio Gomes de Souza, 30, foi
condenado a 18 anos e oito meses de prisão pela morte do entregador Éder Bruno
Alves, 33, assassinado em 2018 na frente do filho de cinco anos.
Apesar de figurar como comparsa do atirador, o conselho de
sentença foi implacável com o réu que, segundo o Ministério Público, contribuiu
para intimidar a vítima durante a cobrança de uma dívida, além de ter dado fuga
para o assassino, Francisco Cavalcante, que é seu tio e até hoje está foragido.
Flávio foi submetido a Júri Popular nesta terça-feira, 18, no
Fórum Central de Rio Preto. Ele foi denunciado por homicídio duplamente
qualificado - por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da
vítima.
O réu foi representado pelo advogado Odinei Bianchin, que pediu
aos jurados o reconhecimento da tese de negativa de autoria, ou a desclassificação
para crime menos grave, uma vez que o Flávio alega que a intenção era apenas ameaçar Éder para pagar a dívida. Apesar da estratégia, a denúncia do MP foi
aceita integralmente pelos jurados.
O crime aconteceu no dia 20 de janeiro de 2018, no
Residencial Caetano, e foi filmado pela companheira de Éder com um aparelho
celular.
Segundo informações do processo, naquele dia, Éder saiu de casa
com a esposa e um de seus filhos para comprar bebidas em um serv-festas. No caminho,
mesmo acompanhado da família, ele foi abordado por dois homens em uma moto.
Eram Francisco e seu sobrinho, Flávio Gomes de Souza, que cobravam uma dívida
de R$ 1.200, referente a um revólver comprado por um primo de Éder, preso logo
depois justamente pelo porte da arma.
Fazia uma semana que a vítima sofria ameaças para que a
dívida fosse paga de uma só vez e, durante a cobrança, houve bate-boca.
Francisco atirou no peito de Éder e fugiu na garupa da moto
pilotada pelo sobrinho, Flávio.
Flavinho, como é conhecido, foi preso logo depois pela
Polícia Militar, o tio desapareceu.
Após dois anos de buscas sem sucesso, a Justiça decidiu
desmembrar o processo de homicídio e julgar, por hora, apenas o comparsa.
Com relação ao atirador Francisco, o prazo do processo está
suspenso até que ele seja capturado.