O número de mamografias
realizadas em Rio Preto caiu quase 60%. Em 2020, ano em que o mundo enfrenta a
pandemia da Covid-19, dados da Secretaria de Saúde apontam que de janeiro a
agosto foram feitos 4.180 exames, uma média de 522 procedimentos por mês. Em
todo o ano de 2019 foram 15.313, ou seja, 1.276 mamografias cada 30 dias. O
exame é responsável por detectar o câncer de mama, tumor mais recorrente entre
as mulheres.
E foi exatamente durante
um exame de rotina que aos 53 anos, dona Dirce Imperial descobriu que estava com
a doença. Por nunca ter sentido nenhuma dor ou incômodo jamais pensou que
pudesse estar com câncer e ficou bastante assustada quando recebeu o resultado: "nunca senti nada, nunca tive nada e ao pegar o resultado levei um grande susto".
Dona Dirce descobriu o
câncer em 2007 e lutou por 10 anos contra a doença. Foram necessárias cinco
sessões de quimioterapia e 33 de radioterapia. Hoje, aos 66 anos, ela está curada: "caiu todo meu cabelo, fiquei careca, passei muito mal e achei que não fosse resistir. Hoje já estou bem, recebi alta, mas todo ano tenho que fazer a mamografia porque não pode descuidar, né".
A recomendação do Ministério da Saúde é para que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos façam a mamografia a cada dois anos. As que possuem casos na família, o recomendado é que realizem o exame a partir dos 35 anos. Mas, a doença pode aparecer antes disso. Patrícia Braz de Matos, de 37 anos, recebeu o diagnóstico durante uma consulta ao ginecologista, há dois anos. A notícia a pegou de surpresa, pois além de jovem, não tinha histórico na família.
"O médico detectou um nódulo na minha mama direita, a princípio, e somente na ressonância magnética apuraram que eu também tinha um nódulo na mama esquerda. Tive que passar pela cirurgia de mastectomia. Antes do diagnóstico, as pessoas diziam que eu não estava com câncer porque eu era nova e não tinha casos na minha família, mas eu não só estava com a doença como tinha tumor nas duas mamas", conta.
Fabiana Gumercinda, de 42
anos, também foi diagnosticada com a doença antes dos 40. Em 2017 percebeu um
líquido saindo de uma das mamas. Marcou consulta no dia seguinte e recebeu a
notícia de que estava com câncer: "quando eu recebi o diagnóstico eu pensei que iria morrer. Os médicos disseram que o tratamento começava pela minha cabeça, que eu precisava pensar positivo. Foram necessárias 14 quimioterapias, fiz duas cirurgias, sendo uma mastectomia total da direita e a esquerda eu tirei por prevenção. A cada três meses eu tenho retorno, mas hoje estou bem e feliz".
De acordo com o Instituto
Nacional do Câncer, estima-se que por ano sejam diagnosticados no Brasil 66.280
novos casos de câncer de mama. Somente no estado de São Paulo a estimativa é de
78 casos para cada 100 mil mulheres por ano. Para incentivar a realização de
mamografias, celebra-se neste mês a campanha Outubro Rosa.