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Sexta-Feira, 26 de Agosto de 2016 às 05:34

Colégio promove 'mesa redonda' e estudantes deixam candidatos a prefeito em 'saia-justa'

Perguntas ácidas elaboradas por alunos do colégio São José despertaram a atenção da plateia que permaneceu em silêncio. Qualidade do asfalto, sucateamento da RioPretoPrev, trem caipira e animais de rua foram alguns dos questionamentos.

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O Colégio Agostiniano São José realizou na noite desta quinta-feira, 25, uma mesa redonda com os seis candidatos à prefeitura de Rio Preto: Carlos Arnaldo (PDT), Daniel Carvalho Nhani (PCO), Edinho Araújo (PMDB), João Paulo Rillo (PT), Kawel Lotti (PSDC) e Orlando Bolçone do PSB.

Na primeira parte do encontro, os prefeituráveis deveriam responder a duas questões: por que se candidatou e quais serão as três prioridades de seu governo. A ordem das respostas nesta fase foi definida por sorteio e em toda dinâmica os candidatos tinham dois minutos cronometrados para responder.

Carlos Arnaldo decidiu concorrer à prefeitura porque ama Rio Preto. Saúde, educação e emprego são suas prioridades de governo, assim como para o candidato Bolçone, que afirmou estar preparado para ser prefeito. Ele citou a formação acadêmica e a experiência política para garantir que é a melhor opção para Rio Preto.

Candidato do PSDC, Kawel defende que Rio Preto precisa de renovação política e citou gestão técnica e profissional de desenvolvimento como marcas de seu governo.

Edinho disse que se candidatou a pedido do povo e prometeu com a ajuda do vice Eleuses Paiva agilizar os atendimentos na área de saúde.

Do PCO, Daniel Nhani defende um governo feito pelo povo e disse que sua prioridade é acabar com a máfia das empreiteiras e oferecer transporte público gratuito a toda população.

O petista João Paulo Rillo lembrou de sua militância política ainda jovem e levantou a bandeira do desenvolvimento sustentável para a cidade.

A segunda fase da mesa redonda foi marcada por perguntas extremamente críticas elaboradas anteriormente por alunos do ensino médio da instituição. Cada candidato respondeu a três questões sobre variados assuntos. O ponto alto da noite foram os questionamentos polêmicos feitos pelos estudantes. A reportagem destaca as perguntas mais ácidas.

Uma delas, direcionada a Bolçone, lembrou que ele foi secretário de planejamento no governo Manoel Antunes. Hoje o ex-prefeito é ferrenho opositor de seus apoiadores. O estudante perguntou: quem mudou, ele ou você?, colocando o candidato em 'saia justa'.

"Temos estratégias diferentes, mas a ideologia é a mesma", respondeu. (Ouça o áudio) 


Carlos Arnaldo também não teve vida fácil. Como secretário de desenvolvimento no governo Edinho, ele anunciou que Engenheiro Schmitt se transformaria em um importante polo turístico, mas o estudante lembrou que após oito anos, nada de substancioso aconteceu. "Candidato, suas previsões falharam"?

"Eu fiz a minha parte. Rio Preto é uma cidade voltada para o turismo de negócio". (Ouça o áudio)


O candidato do PCO teve que responder como era possível ser eleito sem prometer nada:

"Nós temos um plano de governo. Mas propostas são diferentes de promessas e nós não prometemos aquilo que não podemos cumprir, diferente de outros candidatos" (Ouça o áudio)


Para Edinho, um estudante cobrou políticas públicas eficientes voltadas à questão da coleta seletiva de materiais recicláveis. O aluno criticou o acordo com as cooperativas Ares e Cooperlagos que recebem dinheiro da Prefeitura para fazer a coleta e ainda lucram vendendo o material reciclável. Ele perguntou de que forma o governo pmdbista pretende diminuir essa despesa e incentivar a consciência coletiva sobre a importância da coleta seletiva

"Educação nas escolas será nossa prioridade", respondeu. (Ouça o áudio)


O pico da noite foi quando o deputado estadual João Paulo Rillo, do PT, teve que responder se trocaria de partido para ser Prefeito de Rio Preto.


"Jamais trocaria de partido por conveniência. O PT fez muito pelo país e por Rio Preto nos governos Edinho e Valdomiro Lopes". (Ouça o aúdio)


O administrador Kawel Lotti concordou quando um estudante afirmou que Rio Preto deveria ocupar posição de destaque no esporte. Ele também respondeu uma questão sobre financiamento de campanha e criticou   candidatos que vão gastar R$ 2 milhões em 45 dias. Mas a polêmica foi quando um estudante perguntou se o administrador que possui uma empresa com 750 franquias é usuário do sistema público de saúde.


"Sou. Tenho origem humilde e conheço os problemas do atendimento público". (Ouça o áudio)


Se por um lado a qualidade das perguntas impressionou as dezenas de pessoas presentes no auditório, a falta de estudantes na plateia decepcionou até mesmo os candidatos.

Ainda assim, quem compareceu ao encontro saiu satisfeito e bem informado sobre as propostas e perfil de cada candidato.

De Rio Preto, Joseane Teixeira.   


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