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Quinta-Feira, 05 de Dezembro de 2019 às 17:19

Assassino de Daira é denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver

André Luís de Oliveira, conhecido como Índio, foi preso em setembro, três dias após atirar no rosto da jovem Daira Nogueira, de 22 anos. Vítima chegou a ser alertada do perigo, mas defendia o homem, a quem considerava um amigo.

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O entregador André Luís de Oliveira, assassino confesso da jovem Daira Nogueira, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A denúncia, feita pelo promotor Eli Roberto Buchala, foi aceita pelo juiz Alceu Correa Júnior. O processo tramita pela comarca de Catanduva, porque o crime aconteceu em Ibirá.

A vítima, que era assumidamente homossexual, mantinha relação de amizade com André, conhecido como Índio. Testemunhas ouvidas na Delegacia de Defesa da Mulher, em Rio Preto, disseram que Daira tinha pena do homem, por ser sozinho e egresso do sistema prisional. Eles também chamaram atenção para a relação de submissão de Índio, que levava e buscava a jovem todos os dias no trabalho, entregava almoço e emprestava dinheiro para ela. Todos eles alertaram Daira para o comportamento do amigo, que parecia doentio e persecutório, mas ela ignorou os apelos e demonstrava confiar no homem.

Daira foi morta em seu dia de folga do trabalho, em 9 de setembro. Índio afirmou que naquele dia, teve uma discussão com a jovem e foi agredido com um tapa no rosto.

Em interrogatório, o homem, que já registrava histórico de assédio e violência contra mulheres, afirmou que pegou um revólver calibre 32 na casa de uma pessoa e, fingindo ter perdoado a agressão, chamou Daira para ir com ele de moto até Catanduva. No meio do trajeto, ele entrou em uma estrada de terra, pediu para Daira descer da moto e atirou no rosto dela. Laudo necroscópico aponta que o disparo atingiu o olho esquerdo da vítima.

Após matar a jovem, Índio retomou a rotina como entregador, mas fugiu quando descobriu que figurava como suspeito do crime. Ele foi preso três dias depois, em Penápolis. Segundo o criminoso, ele estava fugindo para o Paraguai.

Para o promotor Eli, o homem premeditou o crime. Ele entendeu que André matou Daira por motivo fútil, com dissimulação por abuso de confiança e em razão do sexo feminino.

Índio aguarda julgamento na penitenciária de Florínea, considerada “segura” para estupradores, travestis e assassinos de mulheres. Segundo advogados consultados pela reportagem, nesta unidade, localizada há 300 km de Rio Preto, não entram integrantes do PCC, declaradamente intolerantes a estupradores.

O assassino ainda não designou defensor e deverá ser representado pela Defensoria Pública.

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