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Quinta-Feira, 01 de Abril de 2021 às 10:26

APM pede que autoridades tomem medidas urgentes para combater caos na Saúde

Associação Paulista de Medicina divulgou uma carta aberta nesta quinta-feira (01) falando sobre a superlotação do sistema de saúde e pedindo medidas restritivas para conter avanço da Covid. Leia a carta.

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A Associação Paulista de Medicina divulgou uma carta aberta nesta quinta-feira (01) falando sobre a superlotação do sistema de saúde e pedindo medidas restritivas para conter avanço da Covid. O pedido ocorre em meio a várias mortes causadas por falta de leito na região. Abaixo, a nota na íntegra:

"O Brasil vive hoje seu pior momento da pandemia, não somente pelas perdas de vidas que já somam mais de 300.000, mas também pela falta de leitos hospitalares e, principalmente, de medicações básicas para intubação e manutenção do paciente. 

Já no início de 2020, a “escolha de Sophia” assombrava a Europa onde médicos relatavam a necessidade de escolher o caso com maior chance de sobreviver. No Brasil, até o final de março, os atendimentos de pacientes com COVID-19 estavam respeitando protocolos, cuidados básicos e atenção aos preceitos da dignidade e direitos humanos. No entanto, chegamos a um momento de colapso da saúde e à beira da ausência do mínimo respeito ao direito à morte digna. 

Tratar o enfermo com cuidados paliativos é tratá-lo com respeito e evitar que sofra, mesmo que a morte seja irreversível. Porém, estamos em um ponto da trajetória que faltam, no interior e na capital de São Paulo, medicações básicas para intubar e manter o paciente sob ventilação mecânica (média de 8-12 dias).

Para a condição de intubação adequada, há necessidade de suprimir a consciência com um hipnótico. O estímulo da intubação e a permanência do paciente na ventilação, devem ser minimizados com opioide ou analgésico continuamente. Na fase inflamatória do COVID-19 há muita lesão pulmonar, assim, o uso de relaxante muscular é imperativo para o tratamento eficaz.

Faltam medicações para esse mínimo de tratamento básico e humanitário. Não há hipnóticos, opioides e relaxantes musculares e em muitas cidades. Faltam medicações e leitos. Muitos doentes morrem sem assistência em casa por falta de local que os acolha adequadamente.

Em Audiência Pública Extraordinária da Comissão Parlamentar de Enfrentamento à COVID-19, foi anunciado que existem 6 mil pessoas aguardando vaga de UTI COVID no Brasil. Na mesma reunião, as empresas farmacêuticas que produzem o KIT COVID de intubação, afirmaram estar no máximo da capacidade de produção, trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana.

Sociedades médicas de especialidades envolvidas com o processo de intubação e manutenção do paciente crítico, em conjunto, elaboraram protocolos para o uso racional de medicações que fazem parte do KIT intubação, de forma a orientar os médicos nesse período de escassez.

A Associação Paulista de Medicina – Regional São José do Rio Preto / Sociedade de Medicina e Cirurgia solicita às autoridades municipais e estaduais medidas URGENTES que possam minimizar a falta de leitos e de medicações para tratamento da COVID-19, assim como, observância no provável desabastecimento dessas medicações, que são de suma importância para o tratamento adequado da população. 

Diretoria da Associação Paulista de Medicina – Regional de São José do Rio Preto"

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