Aos poucos o Mirassol retorna a rotina anterior à pandemia do novo coronavírus. Claro, seguindo as recomendações médicas de higiene para evitar contaminações. Na última sexta-feira (19) elenco e comissão técnica foram testados para Covid-19 e os resultados apontaram negativos em 100%.
No sábado ocorreram testes ergométricos e nesta semana acontecem as avaliações físicas nos jogadores. São 20 examinados até aqui, entre profissionais e vários garotos da base. Alguns jogadores que disputaram o Paulista até março pelo clube têm acordo verbal e podem voltar caso acertem um novo contrato.
Segundo o técnico do Leão, Ricardo Catalá, não é possível, no entanto, saber como esses jogadores retornarão fisicamente. “É difícil te precisar em quantidade de dias ou semanas porque essa é um a situação muito peculiar, atípica. Os atletas estão em inatividade por um período muito longo. Então eu acho que a reposta vai acabar sendo individual. Cada um vai responder de uma forma. O período de treinamentos online também vai ter representatividade nessa retomada porque aqueles que conseguiram cumprir com determinação e disciplina tendem a conseguir se condicionar numa velocidade maior. Mas hoje é difícil precisar”, avalia.
O tempo necessário para voltar à boa forma também ainda é incerto. “A gente tem ouvido falar de três a quatro semanas. Não quero te dar um prazo e, de repente, antes a gente tem uma condição surpreendente e depois ainda não estamos numa condição ideal e fica refém de um número. Então acho que a gente vai ter que avaliar dia a dia e levar muito em consideração o indivíduo e não o coletivo”, explicou Catalá.
Com a perda de alguns atletas, sem contrato ou que foram embora para outros clubes, o comandante terá obrigatoriamente que escalar nas rodadas finais do Paulistão a molecada, mesmo que o clube faça algumas contratações. Mas isso não é problema segundo Ricardo Catalá.
“É um prazer enorme pode trabalhar com os mais jovens. Eu digo que nós, como clube formador que somos, ter o privilégio de durante um Campeonato Paulista colocar tantos jovens em campo nos dá a possibilidade de demostrar ao mercado o quão bom é o trabalho de base aqui, o trabalho bem realizado por todos aqueles que estão envolvidos na formação dos nossos jogadores. Eu sou oriundo da base. Sempre defendi que o jogador merece uma oportunidade, desde que ele esteja pronto para isso”, explica.
O treinador cita exemplos já bem sucedidos. “Eu acho que a gente vem demonstrando isso. Utilizei muitos jogadores da base durante a Copa Paulista, utilizei agora no Paulistão. O Oyama [Luís Oyama, volante] é um caso emblemático disso. Então na verdade não vejo como um problema ou um impeditivo para que a gente possa ser competitivo e atingir o objetivo que é sacramentar a classificação para a próxima fase”, cravou Ricardo Catalá.
A vantagem do Mirassol pode ser a estrutura do clube. “Ah é fundamental. Acho que vai fazer toda a diferença nós termos o privilégio de poder ficar confinado no nosso CT com um conforto similar ao que temos nas nossas casas. As condições de moradias são ótimas, alimentação ‘top’, quatro campos oficiais com gramado igual ao nosso estádio, em excelente condições, uma academia completa. Mais do que isso, a capacidade humana que existe aqui para tirar proveito de toda a estrutura que o clube nos oferece. Eu tenho certeza de que essa pode ser uma vantagem: a estrutura oferecida, a capacidade humana da nossa comissão técnica e staff. Tudo isso junto pode nos oferecer uma vantagem na hora de se preparar para o que vem pela frente”, encerrou o técnico do Mirassol, Ricardo Catalá.
TREINAMENTOS
A volta aos treinos está autorizada pelo governo estadual a partir do dia 1 de julho. Bragantino, Ferroviária e Oeste estão sendo acusados de treinar às escondidas, antes dos demais, para ter uma vantagem física quando os jogos retornarem.
O Bragantino chegou a admitir os trabalhos individuais após a prefeitura de Bragança Paulista conceder uma autorização. A Ferroviária, que estaria treinando desde abril de acordo com reportagem do jornal ‘O Estado de São Paulo’ da ultima sexta-feira, nega o fato.
Já o Oeste de Barueri, que teve jogadores flagrados treinando sem o uniforme do clube pelo site 'Globoesporte.com' (matéria do dia 10 de junho) preferiu não se pronunciar ao ser procurado pela reportagem.
CAMPANHA
Com duas partidas ainda por realizar na fase de classificação, o Mirassol precisa de apenas um ponto para garantir a vaga no duelo eliminatório frente ao São Paulo. O time comandado pelo técnico Ricardo Catalá está em segundo lugar na chave C 16 pontos.